Era um domingo bonito, daqueles que o sol bate de um jeito que até parece que Deus tá piscando pra gente. Fernanda, toda cheia de si, resolveu dar uma voltinha no Marco Zero, em Recife. Sabe aquele dia que tu sai só pra espairecer, bater perna e fingir que a vida tá perfeita? Pois bem, foi nesse clima que ela conheceu Cláudio.
O boy era simpático, conversador, meteu logo um papo bom. Deram uma volta, comeram um cachorro-quente raiz (aquele bem honesto, com purê, milho, batata palha e tudo que tem direito) e, claro, trocaram número. Porque nordestina que se preza não perde tempo, mas também não se entrega de bandeja.
Durante a semana, o bendito do Cláudio já veio todo faceiro:
— "E aí, bora sair de novo? Tô doido pra te ver."
E Fernanda, que não é besta, pensou: “Ora, se é pra sair, vamo sair direito!”
Fez o que qualquer mulher sensata faria: banho de loja, unha feita, cabelo na escova, sobrancelha na régua, aquele perfume que custa meio salário mínimo e, claro, a lingerie nova — porque a esperança é a última que morre, né minha gente?
O ponto de encontro? O famigerado restaurante chique do Marco Zero. Ela já foi logo pensando: “Hoje tem!”
Chegou lá, Cláudio já tava se achando:
— “Garçom, manda um chopp aqui... e uns petiscos daqueles, viu?”
Ela, toda plena, pediu só um drink pra dar aquela animada. Conversa vai, risada vem, e a cabeça dela já tava lá na frente… imaginando ele cheirando seu cangote, segurando no cabelo, ela de costa, ele de frente, de lado, de ponta cabeça… enfim, aquele amor selvagem que Deus permite e o motel abençoa.
Mas, minha filha… quando deu a hora da conta, veio a bomba.
O garçom trouxe a conta: R$ 300.
E Cláudio, com a cara mais lavada que banheiro de rodoviária, soltou:
— “Oxente... olha... só trouxe 200... tá faltando 100. E ainda tem o Uber... e o motel, né? Como é que faz?”
Fernanda ficou olhando pra cara dele, deu aquele sorriso amarelo, pensando: “É pegadinha do João Kleber.”
Mas não era, não. Era golpe mesmo.
Respirou fundo, olhou bem no fundo dos olhos do embuste e disparou:
— “Peste! Desgraça! Se tu não tinha dinheiro, pra que me trouxe no restaurante mais caro do Marco Zero? Era só ter me levado pra comer outro cachorro-quente e depois a gente ia pro motel resolver a vida! Eu sou mulher, não sou otária, não!”
Na força do ódio, tirou os 100 conto da bolsa, pagou o restaurante, segurou o orgulho, mas a vontade era jogar o prato na cabeça dele.
E não parou por aí não. O cabra começou a chorar. Isso mesmo, chorou!
— “Me perdoa, Fernanda! Eu gosto tanto de tu! Não sabia que era tão caro... vamo lá pra casa, só a gente dois, fazer um lovezinho...”
Fernanda olhou pra ele, com a paciência de um crente e a raiva de uma mulher traída e respondeu:
— “Ô meu filho, vá tomar vergonha na sua cara! Me respeite! Pegue seu beco!”
E o miserável ainda ameaçou se jogar da ponte.
— “Se tu não for comigo, eu me mato!”
E ela, já com a moléstia no couro, chamou um Uber, botou ele dentro, deixou na porta da casa dele e mandou logo:
— “Fique aí, que eu volto outro dia... pra nunca mais!”
Resumo da ópera: Fernanda pagou o restaurante, pagou o Uber pra levar o embuste pra casa, pagou o dela de volta, ficou sem transar e gastou até o que não tinha.
Moral da história: Mais vale um cachorro-quente sincero do que um jantar gourmet com macho liso.
Gisele tava num domingo entediada, deitada na cama, rolando o Tinder como quem rola boletos: sem expectativa nenhuma, só aceitando o destino. Até que... pá! Match com um tal de Mariano.
O homem... ah, o homem! Lindo. Bonito de doer. Sorriso de artista, corpo de quem malha (ou pelo menos finge), uma moto na foto e aquela legenda clássica de quem é um perigo: "Se for pra somar, bora. Se for pra tumultuar, passa direto."
Começaram a conversar, papo vai, papo vem, emoji de foguinho, de coração, piadinhas, elogios... até que Mariano largou logo uma revelação digna de novela das oito:
— “Gisele, deixa eu te contar um negócio sério... depois que comecei a falar contigo, juro, minha biloca não sobe mais pra nenhuma mulher... só pra tu. Não sei se tu fez alguma macumba, algum feitiço... só sei que só funciona pra tu.”
Gisele, que já tava meio desconfiada, mas também se achando poderosa, respondeu na lata:
— “Oxente, homem... que feitiço, rapaz? Isso é meu charme natural!”
Ele riu, ela riu, e dali pra frente, parecia que o universo tava alinhando tudo pra esse encontro acontecer.
Mariano, no auge da lábia e da cara de pau, mandou:
— “Bora se ver, princesa? Te pego na tua casa, te levo pra dar um rolê na praia, sentir aquela brisa...”
Gisele, que não é boba nem nada, caprichou. Fez skincare, chapinha, botou aquele cropped que valoriza tudo, passou perfume até no joelho, e ficou pronta.
Quando ele chegou de moto, parecia cena de filme. Jaqueta de couro, óculos escuro, aquele sorriso de "vem comigo que tu não se arrepende". Ela subiu na moto e eles foram direto pra praia.
Sentados na areia, Mariano segurou a mão dela, olhou nos olhos e largou mais uma:
— “Sério, nunca senti isso por ninguém... Eu acho que isso é amor, ou magia. Porque minha biloca... menina... só sobe pra tu! Tá acontecendo algo sobrenatural aqui.”
Gisele, segurando o riso, pensou: “Se essa biloca tá encantada, vamos testar se é verdade...”
Foi aí que ele, todo sedutor, completou:
— “Bora pro motel? Quero provar que é só contigo que ela funciona.”
E é claro... ela topou.
Capítulo 2 — O Motel, o Pastel e a Gasolina
Gisele, toda empolgada, subiu na garupa do Mariano com aquele pensamento: “Hoje eu provo se essa biloca é realmente exclusiva ou se é só conversa de macho sem vergonha.”
Chegaram no motel. E, minha filha… pode falar o que for, mas a biloca tava de fato encantada. Funcionou direitinho, direitinho! Foi ali, no colchão de couro sintético, que eles confirmaram que o negócio era sério… ou pelo menos parecia.
Terminado o momento de amor, suor e emoção, Gisele, deitada de lado, vira pra Mariano e diz com a voz manhosa:
— “Amor… tô com sede. Tem uma aguinha aí, não?”
Eis que o boy, no auge da economia e da cara de pau, responde:
— “Água? Mulher, água aqui é cinco conto! Se quiser, vai ali na recepção e compra. Eu não vou gastar com isso, não. Só trouxe dinheiro pra pagar o quarto.”
Gisele piscou três vezes. Riu de nervoso, de indignação e de fome, porque o suco do amor abriu até o apetite.
Saíram do motel e, na esquina, tinha uma feirinha rolando. Ela olhou e disse:
— “Para ali, vou comprar um pastel e uma água pra ver se me acalmo.”
E é nesse momento que Mariano se supera na audácia e solta essa:
— “Aproveita, compra dois pra mim, um pra meu filho e outro pra minha mãe… que é pra eu levar pra casa.”
Gisele ficou em choque, olhando pra cara dele, pensando: “É sério que eu virei o iFood da família dele?” Mas respirou fundo, engoliu a dignidade, o orgulho e foi. Comprou os pastéis, a bendita água e voltou com a sacola.
Quando achou que pelo menos a carona pra casa seria tranquila, Mariano, com aquela cara lavada, falou:
— “Então… pra eu te deixar na tua casa, cê vai ter que colocar gasolina na moto, viu? Tá na reserva já...”
Gisele olhou pra ele, olhou pra moto, olhou pros pastéis na sacola e pensou: “Se essa biloca é exclusiva, eu sou a investidora oficial dela!”
Capítulo Final — A Vingança de Gisele: Biloca Nunca Mais Subiu
No caminho pra casa, com a cara mais fechada que porta de banco em feriado, Gisele ficou refletindo:
"Gastei gasolina, paguei pastel pra ele, pro filho e pra mãe dele… e ainda tive que aguentar aquele sexo ruim, que sinceramente, nem valeu a maquiagem que eu fiz!"
Porque sim, minha filha… a biloca encantada era só papo! O negócio mal subiu, e quando subiu... foi um sobe e desce mais decepcionante que salário caindo na conta e sumindo em cinco minutos.
Pra piorar, o homem não pagou nem uma água. UMA ÁGUA! Nem pra hidratar a guerreira que estava ali, tentando salvar aquele encontro desastroso.
Chegando em casa, Gisele olhou no espelho, segurou a própria cara e disse pra si mesma:
— “Nunca mais, Gisele… nunca mais tu cai numa dessas. Mas ele não vai sair ileso, não.”
No outro dia, ele mandou mensagem, todo faceiro, achando que ela tava apaixonada:
— “E aí, princesa… quando vamos repetir aquele nosso momento mágico?”
E ela, na lata:
— “Mágico? Mágico foi eu não ter morrido de sede e fome, né? Porque tu não pagou nem uma água, homem! E aquele teu negócio... olha… se isso é feitiço, é feitiço de impotência, viu?”
Ele ficou sem reação. Aí ela soltou a bomba final:
— “E outra… eu espero que aquele pastel tenha valido, porque foi a única coisa que prestou naquele rolê. E gasolina na tua moto? Só se for pra te levar pro terreiro, pra ver se tiram esse encosto de pão duro e brocha que tu carrega!”
BLOQUEOU. SUMIU. DELETOU. E jurou pra si mesma que daquele dia em diante só aceita rolê com comida paga, água liberada e biloca funcionando — porque, no mínimo, ela merece!
Gisele seguiu plena, diva, maravilhosa, e jurou: “Agora, se for pra me iludir, que seja num rodízio, bem alimentada e hidratada.”
Título:O Baile, os Gemidos e o Odor – O Date Que Nunca Devia Ter Acontecido
Larissa decidiu mudar de vida. Saiu da sua cidade e foi morar no Rio de Janeiro com o irmão e a cunhada. Tudo novo, tudo diferente. Pra animar a chegada, o casal levou Larissa pra um baile funk — afinal, se é pra viver, que seja com emoção.
No meio do pancadão, luzes piscando e a batida rolando solta, a cunhada apresentou Larissa a uma amiga: Vivi. Rolou aquele papo gostoso, risadas, olhares, mas a noite terminou só na conversa. Nem número trocaram.
Mas Vivi ficou impactada. Larissa virou pensamento fixo. Não deu nem 24 horas, Vivi foi atrás da cunhada:
— Pelo amor de Deus, me passa o telefone de Larissa!
E foi aí que começou. Primeiro mensagens carinhosas, depois beijos por texto, e, de repente… virou fogo puro! Era amor por telefone, gemidos digitais, fantasias narradas… um verdadeiro filme adulto via WhatsApp.
Até que Vivi, tomada pelo desejo, soltou:
— Vem aqui em casa.
Larissa, na expectativa do encontro perfeito, foi. Chegou às 15h da tarde. A campainha tocou, e quem abre? Vivi… toda descabelada, cara de quem brigou com o travesseiro, sem escovar os dentes, parecendo que saiu de um furacão.
Mesmo assim, cheia de atitude, Vivi nem esperou:
— Bora namorar.
Larissa, com aquele sorrisinho amarelo, respirou fundo e foi sensata:
— Amor… escova os dentes, toma um banho… aí a gente namora melhor, né?
Vivi foi… foi pro banheiro, demorou uns minutos, mas parecia que tava resolvendo a crise mundial lá dentro. Quando voltou, Larissa já tava deitada na cama, esperando, meio ansiosa, meio desconfiada.
Eis que Vivi, vestida, sobe em cima dela, começa a se esfregar feito quem limpa vidro, e de repente solta uns gemidos tão altos, tão desesperados, que Larissa pensou: “Meu Deus, os vizinhos devem achar que eu tô matando um bode aqui dentro.”
Só que o pior não era isso. O problema estava no ar… um cheiro vindo da região íntima de Vivi que parecia ter saído diretamente das profundezas do esgoto de Madureira. E, somado a isso, o bafo matinal da gata que, spoiler, não tomou banho e nem viu uma escova de dentes.
Larissa ficou passada, chocada, travada, quase em transe. Olhou pros lados, respirou com a boca (porque pelo nariz, impossível) e soltou:
— Eu… vou ali no banheiro rapidinho, tá?
E do banheiro, Larissa fez a única coisa sensata: pegou sua bolsa, abriu a porta da sala e foi embora. Nunca mais! Sumiu, desapareceu, bloqueou, deletou e jogou sal grosso no WhatsApp.
Moral da história: amor por telefone é lindo… mas o cheiro é só presencial.
Título: Cuscuz, Descarga e Beijos Ruins – O Pior Date da Vida de Taty
Taty, uma mulher divertida, bem resolvida e dona de um coração livre, resolveu se aventurar no mundo do Tinder. Depois de alguns matches sem sal, apareceu ela… a misteriosa, charmosa e aparentemente interessante “Patrícia”. A conversa fluiu, risadas surgiram e, sem muita enrolação, o convite foi direto: “Vem aqui em casa, bora se conhecer melhor…”
Taty, que não é mulher de recusar um bom encontro, colocou sua melhor roupa, passou aquele perfume irresistível e partiu. Chegando lá, nem deu tempo de muita conversa. O clima esquentou, os olhares se cruzaram, e logo as duas estavam se agarrando, se perdendo entre carícias e desejos. Foi aquele amor suado, intenso e, bem… digamos que “foi”.
Terminada a maratona, Taty, sempre gentil, perguntou:
— Tá com fome?
— Não — respondeu Patrícia, toda plena.
— Vou fazer um cuscuz com ovo pra mim e pras minhas cachorras. Você quer?
— Não, não, obrigada.
Enquanto Taty ia pra cozinha preparar o quitute nordestino, Patrícia seguiu pro banheiro. E foi ali que começou o verdadeiro pesadelo. A mulher não só fez cocô, como deixou a cena completa: descarga não foi acionada, tampa levantada e, pra coroar, a porta do banheiro escancarada, permitindo que o cheiro invadisse todos os cômodos como um aviso do universo: “Fuja!”
Taty, incrédula, perguntou:
— Você… fez isso e não deu descarga?!
Com a maior cara lavada, Patrícia respondeu:
— Eita, desculpa… é que na minha casa é minha mainha que dá descarga pra mim…
Sim, você leu certo. A mainha que dá descarga.
Taty respirou fundo, segurou a educação e, no auge da paciência, foi limpar o banheiro. Afinal, dignidade acima de tudo. Voltou pra cozinha, pronta pra comer seu merecido cuscuz com ovo junto das cachorras. Mas, ao olhar pra mesa, levou o golpe final: Patrícia estava lá, se empanturrando do cuscuz todo e do ovo inteiro, sem deixar NEM UMA MIGALHA pra Taty — muito menos pras pobres das cachorras, que olhavam indignadas.
E como se tudo isso não bastasse, o beijo… ah, o beijo… Era simplesmente um desastre. Molhado, estranho, descoordenado. Se existisse prêmio de pior beijo do ano, era dela, sem discussão.
Taty, naquele momento, só pensava em uma coisa: “Por que, meu Deus, eu não deletei o Tinder ontem?”
Moral da história: antes do date, peça foto da privada da pessoa.
O sol da manhã atravessava os vitrais da pequena igreja, projetando cores no chão de pedra. Fátima ajoelhava-se, como fazia todos os dias, em frente ao altar de Nossa Senhora. Seus lábios murmuravam preces, mas seu coração estava inquieto. Desde que conhecera Padre Victor, nada mais era como antes.
Ele surgiu na paróquia há cerca de três meses, vindo de outra cidade. Jovem, de sorriso sereno e olhar acolhedor, rapidamente conquistou a comunidade. Mas foi no coração de Fátima que ele acendeu algo mais forte.
— “Bom dia, Fátima.” — a voz dele soou atrás dela, suave, porém firme.
Ela se levantou apressadamente, ajeitando o véu branco que cobria seus cabelos.
— “Bom dia, padre.” — respondeu, tentando disfarçar o rubor que tomava seu rosto.
Os dois trocaram olhares por um instante que pareceu eterno. Victor desviou, pigarreou, e prosseguiu:
— “Preciso de ajuda na organização da catequese. Você poderia me auxiliar?”
Os dias seguintes foram de trabalho conjunto. Arrumavam livros, preparavam o salão, organizavam os encontros. A cada conversa, Fátima descobria mais sobre aquele homem que, apesar de carregar a batina, transbordava humanidade.
Certa tarde, enquanto colavam cartazes na parede, seus dedos se tocaram. Um choque percorreu ambos, que se entreolharam, surpresos e assustados. Nenhum deles falou sobre aquilo, mas desde então, tudo mudou.
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Parte 2 – O Conflito
No silêncio do convento, Fátima chorava em sua cela. Ajoelhada, segurava um terço com tanta força que seus dedos tremiam.
— “Meu Deus… por que colocaste esse sentimento em meu coração? Eu só queria te servir… só queria te amar acima de tudo. Mas... por que sinto isso?” — suas palavras se perdiam no vazio do quarto.
Do outro lado, Padre Victor também lutava contra seus próprios pensamentos. Diante do crucifixo, apertava os olhos, buscando uma resposta que não vinha.
— “Senhor… eu sou teu servo. Fiz votos, entreguei minha vida… então por que meu coração dispara quando vejo Fátima? É pecado, Senhor? Ou é amor?”
Os dias seguintes foram de silêncio entre eles. Ambos tentaram se afastar, evitar olhares, não mais buscar motivos para estarem juntos. Mas o destino parecia querer o contrário.
Certa noite, após a missa, Fátima estava sozinha na sacristia, organizando os cálices, quando Victor entrou.
— “Fátima...” — sua voz saiu rouca.
Ela se virou, assustada, e, ao vê-lo tão perto, seus olhos se encheram de lágrimas.
— “Eu... eu não posso mais, padre. Isso está errado...”
Ele se aproximou, segurando suas mãos trêmulas.
— “Por favor... me chama de Victor. Só... Victor.”
O silêncio que se seguiu foi quebrado apenas pela respiração ofegante dos dois. Até que, tomado pela coragem ou pela fraqueza do momento, Victor deslizou a mão pelo rosto dela e sussurrou:
— “Me perdoa... mas eu não consigo mais esconder o que sinto.”
E, sem mais resistir, seus lábios se encontraram. Foi um beijo carregado de urgência, de medo, de desejo e de culpa. Quando se separaram, ambos tremiam.
— “Isso é um pecado... ou é amor, Victor?” — Fátima perguntou, com a voz embargada.
Ele respirou fundo, olhando nos olhos dela.
— “Talvez... seja os dois.”
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Parte 3 – A Escolha
Naquela noite, os dois sabiam que não podiam mais ignorar o que sentiam. Sentaram-se no banco da capela, de mãos dadas, e falaram sobre tudo. Sobre a vida, os sonhos, a fé e o amor.
Victor revelou que já carregava dúvidas em seu coração. Que, mesmo antes de conhecer Fátima, às vezes se perguntava se a vida celibatária realmente era o caminho que Deus queria para ele. E agora, com ela, tudo fazia menos sentido.
— “Fátima... eu te amo. E não sei se consigo seguir fingindo que não sinto isso.” — disse, com lágrimas nos olhos.
— “E eu... eu te amo, Victor. Mas tenho tanto medo. Medo de decepcionar minha família, de desonrar a igreja, de não estar fazendo a vontade de Deus.”
Ele segurou seu rosto, olhando-a com ternura.
— “Talvez... amar seja também uma forma de servir a Deus. De viver o amor que Ele nos ensinou.”
Na semana seguinte, os dois tomaram uma decisão. Procuraram o bispo da diocese. A conversa foi difícil, tensa, cheia de julgamentos, olhares duros e palavras pesadas. Mas também houve compreensão. Afinal, a Igreja é feita de homens — e homens são falhos, humanos, feitos de carne, alma e coração.
Victor deixou a batina. Fátima, o convento. E juntos, decidiram construir uma nova vida, baseada na fé, no amor e na esperança.
Quando se casaram, na mesma igreja onde se conheceram, as lágrimas não foram de tristeza, mas de emoção. Muitos fiéis estavam lá, aplaudindo, sorrindo. Porque, no fim, todos entenderam que o amor — o verdadeiro amor — também é sagrado.
Laura, aos 27 anos, era professora de literatura em um cursinho. Sempre muito profissional, apaixonada pela arte das palavras e pela missão de ensinar. Seu mundo era organizado, previsível… até conhecer Júlia.
Júlia, com seus 18 anos recém-completados, era nova na cidade. Chegou tímida, mas com uma energia encantadora. Seus cabelos cacheados, seus olhos castanhos vibrantes e sua forma de mergulhar nos poemas chamaram imediatamente a atenção de Laura.
A cada aula, os olhares se cruzavam mais. A professora tentava ignorar aquela sensação estranha, aquele frio na barriga que surgia sempre que Júlia sorria. Mas algo estava, definitivamente, diferente.
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Capítulo 2 — Aproximações
Com o passar das semanas, Júlia começou a ficar até mais tarde no cursinho. Dizia que era para tirar dúvidas, mas ambas sabiam que havia algo além.
As conversas sobre literatura foram dando lugar a diálogos mais pessoais: sonhos, medos, gostos, vida. Laura descobriu que Júlia adorava música, fotografia e tinha um olhar sensível para o mundo.
Numa dessas tardes, enquanto falavam sobre o amor nos poemas de Florbela Espanca, Júlia olhou nos olhos da professora e perguntou baixinho:
— Você acha errado... se apaixonar por alguém que... não deveria?
O silêncio que se seguiu dizia tudo. Os corações batiam acelerados, mas nenhuma ousou cruzar a linha — ainda.
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Capítulo 3 — O Beijo Proibido
Naquela sexta-feira, o cursinho estava quase vazio. Júlia apareceu com um livro em mãos, dizendo que queria entender melhor um poema.
Enquanto Laura explicava, notou que Júlia não prestava mais atenção nas palavras, mas sim nos seus lábios. O clima ficou pesado, denso... carregado de desejo e tensão.
— Professora... — Júlia sussurrou — Me desculpa, eu não consigo mais fingir...
Antes que Laura pudesse reagir, Júlia se aproximou e a beijou. Foi um beijo suave, mas cheio de desejo reprimido. Laura, por um instante, se permitiu. Correspondeu. Seus lábios se encaixaram como se pertencessem uma à outra.
Quando se separaram, ambas estavam ofegantes.
— Isso é errado... — Laura disse, mas sua voz não tinha convicção.
— Errado é mentir pro que sentimos — respondeu Júlia, segurando a mão dela.
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Capítulo 4 — Segredos e Decisões
Após o beijo, a tensão só aumentou. Elas sabiam que precisavam ser discretas. A sociedade não entenderia, e Laura tinha medo de perder seu emprego.
Elas começaram a se encontrar fora do cursinho, em cafés distantes, praças escondidas. Cada encontro era cheio de cumplicidade, risadas, carinhos e, claro, beijos roubados.
Mas o medo também estava presente. Laura passou noites em claro, questionando se aquilo era certo. Até que um dia, Júlia segurou seu rosto e disse, olhando bem dentro dos seus olhos:
— Eu não vou desistir de você. Quando eu te olho, professora... eu não vejo erro. Eu vejo amor.
Foi naquele momento que Laura percebeu que não adiantava lutar contra algo tão verdadeiro.
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Capítulo 5 — Amor Sem Medo (Final)
O tempo passou. Júlia terminou o cursinho e foi aprovada no vestibular de Letras — queria ser professora, assim como Laura, sua maior inspiração.
Quando deixou de ser oficialmente sua aluna, as duas não precisaram mais se esconder. Assumiram o amor que floresceu entre livros, poesias e olhares apaixonados.
Os colegas de trabalho de Laura estranharam no início, mas logo perceberam que ali havia amor genuíno. A família de Júlia também precisou de tempo, mas ao verem a felicidade da filha, aceitaram.
Hoje, Laura e Júlia dividem não só uma casa cheia de livros, quadros e plantas, mas também uma vida construída com amor, cumplicidade e respeito. O que começou como um amor improvável se transformou em uma história linda, intensa e, acima de tudo, verdadeira.
Clarice nunca tinha usado o Tinder com tanta curiosidade. Após anos de relações frustradas com homens, ela decidiu se permitir uma nova experiência. Era bissexual, mas nunca havia ficado com uma mulher — só fantasiado. Até que apareceu Adele.
Adele tinha um sorriso malicioso, cabelos curtos e negros como noite sem lua. Tinha o tipo de olhar que despia a alma e fazia o corpo arrepiar só pela troca de mensagens. Desde o primeiro “Oi”, Clarice sentiu algo diferente.
Conversavam todos os dias. Clarice era autista, e desde o início deixou claro quem era: sincera, direta, sensível. Adele gostava disso. Não precisava adivinhar intenções ou lidar com joguinhos. Havia uma honestidade crua ali, que a excitava.
— Sabe… tem algo que preciso te contar — Clarice disse em um áudio, um pouco envergonhada. — Faz um mês que minha menstruação não desce… E não, eu não tô grávida. Eu só… tô travada, sei lá.
Adele ouviu e sorriu. A resposta veio imediata:
— Se quiser, eu posso resolver isso com você. Sexo às vezes ajuda o corpo a liberar o que tá preso… E eu sou boa em fazer as coisas fluírem.
Clarice ficou muda. O coração batia rápido. Adele estava falando sério?
— Tá me oferecendo sexo terapêutico? — brincou, rindo nervosa.
— Terapêutico, quente, intenso. Você escolhe o nome. Mas se quiser, eu passo aí amanhã.
Clarice respirou fundo. Aquela mulher sabia o que queria e não tinha medo de dizer. Isso a deixava ainda mais excitada.
— Só tem uma coisa… — Clarice escreveu depois de um tempo. — Eu gosto de fazer de quatro.
Adele respondeu com um emoji de diabo e a frase:
— Então é assim que eu vou te fazer sangrar de prazer.
Capítulo 2 – Sangrar de Prazer
Clarice esperou com o coração acelerado. A casa estava limpa, mas seu corpo, em caos. Vestiu uma camisola fina, quase transparente, por baixo de um roupão. Queria estar confortável… e provocante. A campainha tocou às 21 horas.
Adele entrou com um olhar que incendiava. Não precisou dizer nada. As mãos deslizaram pelo rosto de Clarice, e o beijo veio cheio de fome. Línguas dançando, corpos colando, e um arrepio que corria da nuca até entre as pernas.
— Você é ainda mais linda ao vivo — sussurrou Adele, puxando o cinto do roupão com um só movimento.
Clarice mordeu o lábio. Sua camisola caiu pelos ombros como seda fugindo da pele. Adele a deitou no sofá e percorreu o corpo com a boca, lenta, saboreando cada suspiro.
— Relaxa… eu vou cuidar de tudo — disse, puxando Clarice pela cintura até deixá-la de quatro sobre o estofado.
Clarice gemeu baixo. Era sua posição favorita. Vulnerável e poderosa ao mesmo tempo. Adele a segurou com firmeza, as unhas cravando de leve na pele. Beijos, lambidas, mordidas suaves… até a língua quente deslizar onde ela mais precisava.
— Ai… Adele… — Clarice arqueou as costas.
Adele explorava cada centímetro, saboreando o mel que escorria. E quando os dedos vieram, firmes e molhados, Clarice gritou. Um grito rouco, contido, de quem segurava a vida ali entre as coxas.
Movimentos ritmados, pressão no ponto certo. Adele era mesmo experiente. E quando os gemidos se tornaram tremores, o corpo de Clarice se abriu como flor no calor.
— Isso… deixa vir… deixa fluir — Adele sussurrava enquanto sentia Clarice se desfazendo nos próprios espasmos.
E então, minutos depois, ela sentiu. O calor, o líquido… o sangue. Sua menstruação havia descido.
Clarice riu, aliviada, com lágrimas nos olhos e pernas trêmulas.
— Você… realmente me fez sangrar de prazer.
Adele lambeu os dedos com provocação.
— Isso foi só o começo, Clarice.
Capítulo 3 – A Primeira Vez de Verdade
Clarice mal conseguia respirar direito depois do primeiro orgasmo. Seu corpo ainda tremia, e o gosto de Adele em sua pele parecia ter despertado todos os sentidos. Mas Adele não tinha terminado.
— Eu disse que ia te fazer sentir — ela sussurrou, pegando a mochila que havia trazido.
De dentro, tirou um packer com cinta. O volume firme e provocante fez os olhos de Clarice brilharem. Aquilo era novo. Aquilo era ousado. E ela queria.
— Já ficou assim antes? — Adele perguntou, com um sorriso perigoso nos lábios.
Clarice balançou a cabeça, ainda de quatro, com o bumbum empinado, convidativo.
— Nunca… mas quero. Quero com você.
Adele encaixou o brinquedo e se aproximou por trás. Segurou os quadris de Clarice, deslizou a ponta do packer entre os lábios molhados e quentes da outra, provocando-a com leves toques, esfregando devagar, deixando o desejo subir até quase doer.
— Tá muito molhadinha… pronta pra mim — murmurou.
E então, com calma, começou a penetrá-la. Centímetro por centímetro, sentindo Clarice se abrir, gemer, arrepiar. E não havia dor. Só calor. Só prazer.
— Ai, Adele… que delícia… — Clarice gemeu, a voz rouca, quebrada de tesão. — Tá muito gostoso… nunca ninguém me fez gostar assim… nunca…
Adele acelerou os movimentos, segurando firme, batendo com força. O som dos corpos se chocando enchia a sala. Clarice se entregava completamente, gemendo alto, dizendo coisas que nunca pensou que diria.
— Com homem sempre doía… nunca gozava assim… com você… com você é diferente… — dizia entre gemidos, a testa colada no sofá, os dedos cravados no estofado.
Adele se inclinou e começou a chupar a nuca de Clarice, as costas, enquanto a penetrava com força e precisão. Depois parou por um instante e desceu com a boca entre as pernas dela.
Clarice arqueou as costas com um grito.
— Meu Deus… você tá me chupando…
— Sim… e vou te fazer gozar na minha língua — Adele disse, com a voz baixa e cheia de luxúria.
Clarice nunca tinha sido chupada antes. Nunca. Mas ali, com Adele, tudo fazia sentido. Os lábios, a língua, o jeito como ela sugava o clitóris com fome e cuidado ao mesmo tempo.
E então veio o primeiro orgasmo… depois o segundo… e o terceiro. Clarice gozava em ondas, os gemidos ficando mais altos, mais desesperados, até o corpo não aguentar mais.
Ela caiu de lado, suada, com o coração disparado.
— Eu nunca… nunca… senti isso — sussurrou, ofegante. — Com você… é como se eu estivesse viva de verdade.
Adele deitou ao lado dela, beijando seus ombros com carinho.
— Isso é só o começo, Clarice. Eu quero te mostrar o que é prazer de verdade… todas as noites que você quiser.
Capítulo 4 – Escorrendo Desejo
Clarice ainda estava deitada, suada, os músculos relaxados, mas os olhos acesos. Adele a puxou pela mão, com aquele sorriso de quem ainda tinha planos.
— Vem, vamos tomar um banho. Eu quero sentir você escorrendo debaixo d’água.
Clarice sorriu, envergonhada e excitada. Seguiu Adele até o banheiro. A água quente já caía do chuveiro quando as duas entraram, nuas, os corpos colados, os olhos cheios de fome.
O vapor tomava o ambiente, tornando tudo mais íntimo, mais envolvente. Adele encostou Clarice na parede azulejada, deixando a água escorrer por seus seios, barriga, coxas. A imagem era de tirar o fôlego.
— Você é linda… toda minha — Adele murmurou, antes de beijar Clarice com força.
As mãos escorregavam com o sabonete, mas logo deixaram de lado qualquer cuidado e passaram a explorar. Adele ajoelhou-se sob o chuveiro, sentindo a água bater nas costas enquanto sua boca descia outra vez entre as pernas de Clarice.
— De novo? — Clarice perguntou, ofegante, com um meio sorriso.
— Eu não me canso de te provar — respondeu Adele, antes de chupar o clitóris com firmeza.
Clarice gemeu alto, o som ecoando no banheiro. Segurou nos cabelos molhados de Adele, puxando, guiando, implorando. As pernas tremiam, mas ela não queria parar. Nunca.
— Assim… isso… Adele… tá tão gostoso… ai, meu Deus…
A água quente misturava-se aos líquidos do corpo, aos gemidos, aos suspiros. Adele colocou dois dedos dentro dela, mantendo a pressão perfeita enquanto chupava com vontade. Clarice veio mais uma vez, o corpo todo tremendo.
Mas Adele não parou. Levantou, a encostou de costas na parede, levantou uma das pernas de Clarice, apoiando-a no seu quadril, e a penetrou ali mesmo com o packer, firme e fundo.
Clarice gritou. O som abafado pela água e pelo beijo que Adele deu em sua boca.
— Ai, Adele… tá me fodendo debaixo do chuveiro… — ela sussurrou, enlouquecida.
Adele a segurava forte, entrando com tudo, sem parar, enquanto a água quente lavava os corpos suados. O barulho da pele molhada se chocando era hipnotizante.
Clarice gozou de novo, apertando o ombro de Adele, gemendo alto, com o rosto colado no pescoço dela.
Quando tudo terminou, as duas ficaram abraçadas sob o chuveiro, os corpos exaustos, mas os corações acesos.
— Eu achava que sabia o que era prazer… — Clarice sussurrou. — Mas você me mostrou que era só o começo.
Adele a beijou nos lábios, carinhosamente.
— E eu ainda tenho muito mais pra te ensinar, minha doce Clarice.
Capítulo 5 – Massagem Quente
O sol entrou pelas frestas da cortina e encontrou os corpos de Clarice e Adele ainda largados na cama. A noite anterior tinha sido intensa. Longa. Suada. Barulhenta. E agora, ambas sentiam como se tivessem feito uma maratona.
Clarice se espreguiçou e gemeu baixinho, com as mãos na lombar.
— Ai… parece que fui atropelada por um caminhão de prazer — brincou, rindo.
Adele sorriu, com a xícara de café na mão.
— Isso é o que acontece quando você goza umas seis vezes na mesma noite. E no banho.
— Tô toda dolorida, sério. Parece que malhei pesado.
Adele se aproximou com um brilho no olhar.
— Deita ali na cama, de bruços… vou te fazer uma massagem. Relaxa que eu sei cuidar direitinho.
Clarice obedeceu, usando apenas um shortinho leve e uma blusa solta. Se deitou de bruços, o bumbum empinado chamando atenção. Adele pegou um frasco de óleo e subiu na cama com ela, sentando-se ao lado, despejando o líquido quente nas costas de Clarice.
As mãos de Adele começaram a deslizar devagar pelos ombros, espalhando o óleo com movimentos firmes, sensuais. Subia e descia pelas escápulas, pressionava com os polegares, relaxando cada músculo tenso.
— Nossa… — Clarice murmurou, arrepiada. — Ninguém nunca fez isso comigo…
Adele se inclinou, sussurrando no ouvido dela:
— Eu gosto de cuidar… e você merece prazer em cada detalhe.
As mãos desceram pela cintura, pela lombar… até que, com naturalidade, Adele escorregou os dedos por dentro do short de Clarice. A pele estava quente, a respiração acelerada. E quando ela tocou entre as pernas, sentiu a umidade escorrer.
— Já tão molhadinha de novo? — provocou, com um sorriso malicioso.
Clarice apenas gemeu, mordendo o travesseiro.
— É você… só de sentir suas mãos, eu fico assim…
Adele continuou com os dedos, deslizando devagar, brincando com o clitóris de Clarice enquanto ela se contorcia na cama. Os quadris rebolavam, pedindo mais.
Sem dizer uma palavra, Adele levantou, vestiu o packer, puxou o short de Clarice com a calcinha de uma vez, deixando-a nua, de bruços. Subiu em cima dela, encaixando-se por trás, e penetrou fundo.
Clarice gemeu alto, o rosto enterrado no lençol.
— Aahhh… Adele… tá tão bom… — gemeu, arqueando as costas.
Adele segurava firme na cintura dela, metendo devagar no começo, depois acelerando, enquanto a cama rangia e os gemidos se intensificavam. Os corpos se encontravam com força e desejo.
— Assim… isso… mete mais… — Clarice pedia, desesperada por mais prazer.
Adele obedecia, metendo fundo, cada vez mais forte, cada vez mais profunda, sentindo o corpo de Clarice se render, se abrir, se entregar por completo.
— Gosta assim, safadinha? — Adele sussurrava, mordendo de leve a nuca dela.
— Gosto… gosto muito… com você é diferente… é gostoso de verdade!
Adele continuou até sentir Clarice explodir mais uma vez em gemidos, tremores e respiração ofegante. Depois de alguns minutos, ambas estavam deitadas lado a lado, suadas, exaustas e completamente saciadas… por enquanto.
— A gente ia tomar café, né? — Clarice riu, com a voz rouca.
— Isso aqui foi melhor que qualquer pão com ovo — respondeu Adele, beijando a testa dela.
Capítulo 6 – Um Dia Todo Nosso
Depois da manhã de prazer, as duas finalmente conseguiram tomar café — ou algo parecido com isso. Entre mordidas em frutas e beijos demorados, riam das dores gostosas nos músculos e trocavam olhares cúmplices.
— A gente se conheceu no Tinder… olha onde viemos parar — Clarice disse, rindo.
— E ainda vai muito mais longe — respondeu Adele, com firmeza.
O dia seguiu com pequenas carícias, conversas sobre passado, inseguranças, confissões suaves. Clarice contou mais sobre os relacionamentos difíceis com homens, como sempre se sentiu usada e mal compreendida.
— Eu sempre tive medo de não ser suficiente… ou de ser demais. Você me faz sentir no meu tamanho certo — ela disse, com os olhos cheios.
Adele pegou a mão dela e beijou com carinho.
— Você é linda. Intensa. E eu quero descobrir cada pedaço de você, por dentro e por fora.
Mais tarde, decidiram tomar banho juntas de novo — desta vez, com calma, ensaboando uma à outra, trocando risadas, toques leves e beijos longos. Não houve penetração, mas o clima foi carregado de tensão sensual.
A conexão era mais do que física.
Era entrega.
Era descoberta.
E ambas sabiam que não era só mais uma noite.
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Capítulo 7 – Fim (ou Começo)
O domingo caiu, e as luzes da cidade começaram a acender. Clarice estava sentada na cama, apenas com uma camiseta de Adele, observando a janela com um sorriso bobo no rosto.
Adele veio por trás, envolveu-a com os braços e encostou o rosto em seu ombro.
— O que foi?
— Nada… só pensando como minha vida mudou em poucos dias.
Adele a virou de frente e a beijou devagar.
— Ainda vai mudar muito mais.
— Isso aqui é real pra você? — Clarice perguntou, um pouco tímida.
— É mais real do que qualquer coisa que tive antes. Você me acende, Clarice. Me desafia. Me inspira. E me deixa louca de tesão — disse, rindo com um beijo quente.
Clarice mordeu o lábio.
— E agora?
Adele sorriu, deitou-a na cama e tirou a própria blusa.
— Agora… é só o começo.
Elas se amaram mais uma vez naquela noite. Com paixão. Com fogo. Com carinho. E quando terminaram, adormeceram entrelaçadas, os corpos colados, os corações acelerados.
E no silêncio escuro do quarto, ficou claro para ambas:
O que começou como um encontro casual, se tornou algo inesquecível.
A semana começara como todas as outras: café preto, relatórios acumulados e o zumbido contínuo dos teclados. Letícia já estava acostumada com a rotina corrida da agência de marketing. Era boa no que fazia — rápida, criativa e impecável com prazos. Mas aquela segunda-feira trouxe algo diferente. Ou melhor, alguém diferente.
Rubem entrou pela porta com um crachá ainda reluzente pendurado no pescoço. O gerente o apresentou rapidamente: novo analista de mídias sociais. E bastou um sorriso dele para que o ambiente, antes monótono, ganhasse novas cores.
Letícia estava ao lado da impressora quando o viu de verdade. Corpo definido sob a camisa social, barba bem aparada, olhos castanho-escuros que pareciam guardar segredos. Ele passou por ela e disse um simples “bom dia” — mas sua voz grave reverberou por todo o corpo dela como um sussurro proibido.
Tentou ignorar. Não era adolescente. E sabia, pelas fofocas do RH, que ele tinha namorada. Bonita, loira, influencer — claro. Mas ao longo do dia, cada vez que ele passava perto, Letícia sentia aquele arrepio familiar percorrer a espinha.
Ela se odiava um pouco por isso.
À tarde, durante uma pausa no café, ele puxou assunto.
— Essa máquina de café é traiçoeira, né? Sempre promete mais do que entrega.
Letícia sorriu, surpresa com a tentativa casual de conversa.
— Assim como algumas campanhas — respondeu, brincando.
Rubem riu. E foi ali, entre goles mornos e olhares rápidos, que algo silencioso começou a se construir.
Ela voltou para a mesa pensando em como o coração dela parecia mais acelerado do que o normal. Só atração física, disse a si mesma. Mas no fundo, sabia que era mais. Um tipo de perigo sutil, envolto em perfume amadeirado e charme contido.
E ela já começava a cair.
Capítulo 2: Desejo em Silêncio
Letícia não era do tipo que se deixava levar facilmente. Mas desde que Rubem aparecera naquele escritório, seu autocontrole parecia ter entrado em greve.
Os dias seguintes foram uma mistura de tensão e desejo. Ela observava, à distância, os movimentos dele: os dedos rápidos no teclado, o jeito como ajeitava a gola da camisa, o sorriso torto quando falava com os colegas. Cada gesto parecia cuidadosamente ensaiado para provocá-la — embora ela soubesse que ele não fazia por mal. Talvez nem soubesse.
À noite, sozinha em casa, Letícia o procurava nas redes sociais. Achou fácil. Fotos de viagens, cafés chiques, praia no fim de semana. E lá estava ela: a namorada. Cabelos claros, corpo escultural, sempre ao lado dele com legendas que falavam de amor e parceria. Letícia sentiu uma pontada. De inveja? De frustração? Talvez das duas.
Mesmo assim, não conseguiu deixar de seguir. Era como um veneno doce. Quanto mais olhava, mais desejava. E ao mesmo tempo, se culpava.
No escritório, os olhares entre eles se tornaram mais frequentes. Curiosos. Cúmplices. Ele sempre vinha até a mesa dela por motivos que pareciam desnecessários — pedir ajuda com um relatório, confirmar detalhes de uma reunião, elogiar discretamente uma ideia dela. E em cada aproximação, a pele dela se arrepiava com o simples toque dos dedos dele em seu ombro ou no braço.
Uma tarde, ao passarem juntos pelo corredor estreito, ele murmurou:
— Esse seu perfume... é perigoso.
Letícia parou por um segundo, surpresa. Quando olhou para ele, Rubem já sorria e se afastava, deixando no ar não só o comentário, mas uma tensão impossível de ignorar.
De volta à mesa, ela cruzou as pernas com força, como se pudesse conter aquele calor que crescia entre elas. Queria não sentir. Queria ser racional.
Mas Rubem mexia com algo mais profundo. Algo que ela já não conseguia controlar.
Capítulo 3: Aproximação
Desde aquele dia em que ele elogiou seu jeito de focar, o comportamento de Rubem mudou. Mais sorrisos. Mais toques sutis — no ombro, no braço, na mão ao passar um café. Letícia sentia cada contato como uma pequena faísca acendendo algo maior dentro dela.
Ele vinha à mesa dela com frequência. Mostrava um meme, perguntava sobre um arquivo, fazia comentários sobre o dia. Tudo aparentemente banal. Mas Letícia sabia — havia um subtexto. Um jogo silencioso.
Certa tarde, enquanto ela imprimia relatórios na copiadora do fundo, ele se aproximou por trás. A proximidade era íntima demais para o ambiente. Letícia ficou imóvel por um instante, sentindo a respiração dele perto de sua nuca.
— Você sempre cheira tão bem… — disse ele, a voz baixa, quase um sussurro.
Letícia engoliu seco, tentando se manter firme.
— É só perfume. — respondeu, sem virar o rosto.
— Não. É você.
O coração dela disparou. Quando finalmente se virou, os olhos de ambos se encontraram, e por um segundo o tempo pareceu parar. A tensão entre eles era palpável. Mas ele se afastou, com um sorriso enigmático, e voltou para a mesa dele, deixando Letícia com os pensamentos embaralhados — e o corpo em brasa.
Era só o começo. E os dois sabiam disso.
Capítulo 4: Depois do Expediente
Na sexta-feira, o clima na agência era de pressa e cansaço. Um cliente importante exigira uma campanha urgente, e Letícia e Rubem foram os encarregados de terminar tudo antes da meia-noite.
Com todos os colegas já indo embora aos poucos, os dois ficaram sozinhos. A luz fria do escritório e o som do teclado preenchiam o silêncio. Até que Rubem sugeriu:
— Vou pedir uma pizza. A gente merece.
Letícia assentiu, sorrindo, tentando esconder o nervosismo que crescia dentro dela. A pizza chegou. Eles comeram rindo, trocando histórias e confidências. Até que, entre uma mordida e outra, Rubem ficou em silêncio, apenas a olhando.
— Você sente também, né? — perguntou ele, a voz grave, os olhos firmes.
Letícia demorou um segundo para responder. Mas não precisava.
Ele se aproximou, passando os dedos suavemente pelo braço dela, até tocar seu queixo. O beijo veio quente, decidido. Os corpos se colaram como se estivessem esperando por aquilo há semanas.
Rubem foi direto, com fome. Beijava o pescoço de Letícia, acariciando seu corpo por cima da roupa. Ela já arfava quando ele tirou sua blusa com delicadeza, revelando os seios enrijecidos.
Beijou as mamas com desejo acumulado, as mãos explorando sua cintura, sua pele quente. Letícia retribuía, puxando-o pela camisa, abrindo os botões com pressa. Ele a ergueu pela cintura e a sentou sobre a mesa de reunião, onde documentos e ideias antes reinavam. Agora, o que dominava era o instinto.
Tirou sua saia e calcinha, ajoelhou-se e passou a língua devagar entre suas pernas. Ela gemeu, arqueando o corpo, entregue. Rubem a segurou firme, devorando-a com prazer genuíno, como se a conhecesse só pelo sabor. Depois, virou-a de bruços sobre a mesa, a fez apoiar-se com as mãos e a penetrou devagar — e fundo.
Os gemidos ecoavam pelas paredes, abafados, urgentes. O gozo veio forte, como uma explosão reprimida por dias. E depois, só os suspiros misturados, os corpos colados e suados, e a certeza de que a linha fora cruzada.
Capítulo 5: Segunda-feira
A segunda-feira trouxe com ela o peso da realidade. Letícia chegou cedo, tentando agir com naturalidade, mas tudo nela vibrava com a lembrança daquela noite.
Rubem também estava diferente. Um pouco mais tenso. Menos piadas, menos sorrisos. Mas no final do dia, quando todos já haviam saído, ele apareceu em sua mesa e deixou um bilhete:
“Não paro de pensar em você. Hoje, 20h? Restaurante do centro.”
Letícia hesitou. Ele ainda estava com a namorada. Ou não? Aceitar seria complicar tudo… mas recusar seria ignorar o que o corpo dela ainda gritava.
Às 20h, ela estava lá.
Durante o jantar, ele foi direto:
— Eu terminei com a Camila. No sábado. Não queria mais enganar ninguém.
Letícia não sabia o que dizer. Sentiu alívio, medo, desejo, tudo ao mesmo tempo.
— Não fiz isso por impulso — ele continuou. — Eu fiz porque, depois de sexta, entendi que eu não tava vivendo de verdade.
O jantar terminou com outro beijo, dessa vez mais suave. Eles não foram para casa juntos. Ainda não. Mas sabiam que aquilo não era só físico.
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Capítulo 6: O Amor Depois do Prazer
Os dias seguintes foram intensos. Rubem e Letícia agora se viam com liberdade, sem culpa. No trabalho, agiam com discrição. Mas nos encontros após o expediente, se entregavam sem reservas.
Na casa dele, ela sentia o toque dele como fogo e calmaria ao mesmo tempo. Faziam amor no sofá, no chão da sala, no chuveiro. Cada gemido era um pedaço do silêncio que viveram sendo rasgado. Não era mais só desejo. Havia carinho nos gestos. Havia sentimento no olhar.
Uma noite, deitada sobre o peito dele, Letícia perguntou:
— Você tem certeza de que não foi só tesão?
Rubem segurou o rosto dela com ternura e respondeu:
— Foi tesão, sim. Mas foi o tesão mais verdadeiro da minha vida. E agora, é mais. Muito mais.
Ela sorriu, sentindo o coração bater leve. O que começou com olhares e toques furtivos, agora era amor sem desculpas.
E assim, depois do expediente, nasceu uma história que nenhum deles esperava viver — mas que os dois decidiram não deixar passar.