sexta-feira, 16 de maio de 2025

Depois do expediente

 



Capítulo 1: O Novo no Escritório


A semana começara como todas as outras: café preto, relatórios acumulados e o zumbido contínuo dos teclados. Letícia já estava acostumada com a rotina corrida da agência de marketing. Era boa no que fazia — rápida, criativa e impecável com prazos. Mas aquela segunda-feira trouxe algo diferente. Ou melhor, alguém diferente.


Rubem entrou pela porta com um crachá ainda reluzente pendurado no pescoço. O gerente o apresentou rapidamente: novo analista de mídias sociais. E bastou um sorriso dele para que o ambiente, antes monótono, ganhasse novas cores.


Letícia estava ao lado da impressora quando o viu de verdade. Corpo definido sob a camisa social, barba bem aparada, olhos castanho-escuros que pareciam guardar segredos. Ele passou por ela e disse um simples “bom dia” — mas sua voz grave reverberou por todo o corpo dela como um sussurro proibido.


Tentou ignorar. Não era adolescente. E sabia, pelas fofocas do RH, que ele tinha namorada. Bonita, loira, influencer — claro. Mas ao longo do dia, cada vez que ele passava perto, Letícia sentia aquele arrepio familiar percorrer a espinha.


Ela se odiava um pouco por isso.


À tarde, durante uma pausa no café, ele puxou assunto.


— Essa máquina de café é traiçoeira, né? Sempre promete mais do que entrega.


Letícia sorriu, surpresa com a tentativa casual de conversa.


— Assim como algumas campanhas — respondeu, brincando.


Rubem riu. E foi ali, entre goles mornos e olhares rápidos, que algo silencioso começou a se construir.


Ela voltou para a mesa pensando em como o coração dela parecia mais acelerado do que o normal. Só atração física, disse a si mesma. Mas no fundo, sabia que era mais. Um tipo de perigo sutil, envolto em perfume amadeirado e charme contido.


E ela já começava a cair.


Capítulo 2: Desejo em Silêncio


Letícia não era do tipo que se deixava levar facilmente. Mas desde que Rubem aparecera naquele escritório, seu autocontrole parecia ter entrado em greve.


Os dias seguintes foram uma mistura de tensão e desejo. Ela observava, à distância, os movimentos dele: os dedos rápidos no teclado, o jeito como ajeitava a gola da camisa, o sorriso torto quando falava com os colegas. Cada gesto parecia cuidadosamente ensaiado para provocá-la — embora ela soubesse que ele não fazia por mal. Talvez nem soubesse.


À noite, sozinha em casa, Letícia o procurava nas redes sociais. Achou fácil. Fotos de viagens, cafés chiques, praia no fim de semana. E lá estava ela: a namorada. Cabelos claros, corpo escultural, sempre ao lado dele com legendas que falavam de amor e parceria. Letícia sentiu uma pontada. De inveja? De frustração? Talvez das duas.


Mesmo assim, não conseguiu deixar de seguir. Era como um veneno doce. Quanto mais olhava, mais desejava. E ao mesmo tempo, se culpava.


No escritório, os olhares entre eles se tornaram mais frequentes. Curiosos. Cúmplices. Ele sempre vinha até a mesa dela por motivos que pareciam desnecessários — pedir ajuda com um relatório, confirmar detalhes de uma reunião, elogiar discretamente uma ideia dela. E em cada aproximação, a pele dela se arrepiava com o simples toque dos dedos dele em seu ombro ou no braço.


Uma tarde, ao passarem juntos pelo corredor estreito, ele murmurou:


— Esse seu perfume... é perigoso.


Letícia parou por um segundo, surpresa. Quando olhou para ele, Rubem já sorria e se afastava, deixando no ar não só o comentário, mas uma tensão impossível de ignorar.


De volta à mesa, ela cruzou as pernas com força, como se pudesse conter aquele calor que crescia entre elas. Queria não sentir. Queria ser racional.


Mas Rubem mexia com algo mais profundo. Algo que ela já não conseguia controlar.



Capítulo 3: Aproximação

Desde aquele dia em que ele elogiou seu jeito de focar, o comportamento de Rubem mudou. Mais sorrisos. Mais toques sutis — no ombro, no braço, na mão ao passar um café. Letícia sentia cada contato como uma pequena faísca acendendo algo maior dentro dela.


Ele vinha à mesa dela com frequência. Mostrava um meme, perguntava sobre um arquivo, fazia comentários sobre o dia. Tudo aparentemente banal. Mas Letícia sabia — havia um subtexto. Um jogo silencioso.


Certa tarde, enquanto ela imprimia relatórios na copiadora do fundo, ele se aproximou por trás. A proximidade era íntima demais para o ambiente. Letícia ficou imóvel por um instante, sentindo a respiração dele perto de sua nuca.


— Você sempre cheira tão bem… — disse ele, a voz baixa, quase um sussurro.


Letícia engoliu seco, tentando se manter firme.


— É só perfume. — respondeu, sem virar o rosto.


— Não. É você.


O coração dela disparou. Quando finalmente se virou, os olhos de ambos se encontraram, e por um segundo o tempo pareceu parar. A tensão entre eles era palpável. Mas ele se afastou, com um sorriso enigmático, e voltou para a mesa dele, deixando Letícia com os pensamentos embaralhados — e o corpo em brasa.


Era só o começo. E os dois sabiam disso.



Capítulo 4: Depois do Expediente


Na sexta-feira, o clima na agência era de pressa e cansaço. Um cliente importante exigira uma campanha urgente, e Letícia e Rubem foram os encarregados de terminar tudo antes da meia-noite.


Com todos os colegas já indo embora aos poucos, os dois ficaram sozinhos. A luz fria do escritório e o som do teclado preenchiam o silêncio. Até que Rubem sugeriu:


— Vou pedir uma pizza. A gente merece.


Letícia assentiu, sorrindo, tentando esconder o nervosismo que crescia dentro dela. A pizza chegou. Eles comeram rindo, trocando histórias e confidências. Até que, entre uma mordida e outra, Rubem ficou em silêncio, apenas a olhando.


— Você sente também, né? — perguntou ele, a voz grave, os olhos firmes.


Letícia demorou um segundo para responder. Mas não precisava.


Ele se aproximou, passando os dedos suavemente pelo braço dela, até tocar seu queixo. O beijo veio quente, decidido. Os corpos se colaram como se estivessem esperando por aquilo há semanas.


Rubem foi direto, com fome. Beijava o pescoço de Letícia, acariciando seu corpo por cima da roupa. Ela já arfava quando ele tirou sua blusa com delicadeza, revelando os seios enrijecidos.


Beijou as mamas com desejo acumulado, as mãos explorando sua cintura, sua pele quente. Letícia retribuía, puxando-o pela camisa, abrindo os botões com pressa. Ele a ergueu pela cintura e a sentou sobre a mesa de reunião, onde documentos e ideias antes reinavam. Agora, o que dominava era o instinto.


Tirou sua saia e calcinha, ajoelhou-se e passou a língua devagar entre suas pernas. Ela gemeu, arqueando o corpo, entregue. Rubem a segurou firme, devorando-a com prazer genuíno, como se a conhecesse só pelo sabor. Depois, virou-a de bruços sobre a mesa, a fez apoiar-se com as mãos e a penetrou devagar — e fundo.


Os gemidos ecoavam pelas paredes, abafados, urgentes. O gozo veio forte, como uma explosão reprimida por dias. E depois, só os suspiros misturados, os corpos colados e suados, e a certeza de que a linha fora cruzada.




Capítulo 5: Segunda-feira


A segunda-feira trouxe com ela o peso da realidade. Letícia chegou cedo, tentando agir com naturalidade, mas tudo nela vibrava com a lembrança daquela noite.


Rubem também estava diferente. Um pouco mais tenso. Menos piadas, menos sorrisos. Mas no final do dia, quando todos já haviam saído, ele apareceu em sua mesa e deixou um bilhete:


“Não paro de pensar em você. Hoje, 20h? Restaurante do centro.”


Letícia hesitou. Ele ainda estava com a namorada. Ou não? Aceitar seria complicar tudo… mas recusar seria ignorar o que o corpo dela ainda gritava.


Às 20h, ela estava lá.


Durante o jantar, ele foi direto:


— Eu terminei com a Camila. No sábado. Não queria mais enganar ninguém.


Letícia não sabia o que dizer. Sentiu alívio, medo, desejo, tudo ao mesmo tempo.


— Não fiz isso por impulso — ele continuou. — Eu fiz porque, depois de sexta, entendi que eu não tava vivendo de verdade.


O jantar terminou com outro beijo, dessa vez mais suave. Eles não foram para casa juntos. Ainda não. Mas sabiam que aquilo não era só físico.



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Capítulo 6: O Amor Depois do Prazer


Os dias seguintes foram intensos. Rubem e Letícia agora se viam com liberdade, sem culpa. No trabalho, agiam com discrição. Mas nos encontros após o expediente, se entregavam sem reservas.


Na casa dele, ela sentia o toque dele como fogo e calmaria ao mesmo tempo. Faziam amor no sofá, no chão da sala, no chuveiro. Cada gemido era um pedaço do silêncio que viveram sendo rasgado. Não era mais só desejo. Havia carinho nos gestos. Havia sentimento no olhar.


Uma noite, deitada sobre o peito dele, Letícia perguntou:


— Você tem certeza de que não foi só tesão?


Rubem segurou o rosto dela com ternura e respondeu:


— Foi tesão, sim. Mas foi o tesão mais verdadeiro da minha vida. E agora, é mais. Muito mais.


Ela sorriu, sentindo o coração bater leve. O que começou com olhares e toques furtivos, agora era amor sem desculpas.


E assim, depois do expediente, nasceu uma história que nenhum deles esperava viver — mas que os dois decidiram não deixar passar.


Fim.







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