sábado, 3 de maio de 2025

Entre dores e promessas


 


Capítulo 1 – Um Oi no Meio da Dor


Marta estava em casa, havia acabado de deixar o emprego e tentava reorganizar a própria vida. Do outro lado da tela, em um leito de hospital, Allyne enfrentava uma crise severa de endometriose. Era seu quarto dia sem conseguir dormir por causa das dores, nem mesmo os medicamentos mais fortes davam alívio. Sozinha e desconfortável, resolveu abrir o Tinder — talvez, entre uma notificação e outra, encontrasse distração para sua mente cansada.


Foi quando viu Marta. Deram match.


Com coragem tímida, Allyne mandou uma mensagem:

— Oi, bom dia!


Marta respondeu com carinho e atenção. Allyne contou que estava no hospital, sofrendo com a endometriose. Marta, surpresa com a coincidência, logo se compadeceu:

— Eu sei bem o que você está passando. Já tive endometriose também. Vai passar, você vai ficar bem. Eu prometo.


A conversa, que começou com um simples cumprimento, foi se aprofundando ao longo do dia. Compartilharam dores, histórias, sonhos… e quando perceberam, já era madrugada. Quase quatro da manhã.


Allyne hesitou em encerrar o papo.

— Tô com sono, mas também com medo de dormir e essa conversa tão boa acabar.


Marta sorriu do outro lado da tela e respondeu:

— Pode dormir tranquila. A gente vai continuar amanhã. Prometo que vou estar aqui.


— Promete mesmo? — perguntou Allyne, como se precisasse daquela segurança.


— Prometo — confirmou Marta.


E assim foi. Dia após dia, elas continuaram se falando. A cada conversa, um laço novo era costurado entre as duas. Mas havia algo não resolvido no coração de Allyne. Antes de conhecer Marta, ela estava conversando com um rapaz. A dúvida sobre seus sentimentos a fez se afastar por alguns dias. Nesse tempo, adoeceu novamente. E, na solidão do quarto, percebeu o quanto Marta fazia falta. O quanto sua presença, mesmo à distância, era essencial.


Foi então que tomou uma decisão: voltou a falar com Marta, sem rodeios, e se declarou.


Disse que nunca havia namorado uma mulher antes. Que moravam em estados diferentes, embora próximos. Que nada era fácil. Mas que o que sentia era real.


Marta ouviu em silêncio, com o coração apertado — e cheio de esperança.


Algumas semanas depois, Allyne decidiu fazer o impossível parecer simples. Foi até a cidade de Marta acompanhada do pai. E ali, diante dela, segurando uma caixinha pequena nas mãos, fez o inesperado:


— Marta… quer namorar comigo?




Capítulo 2 – A Primeira Promessa


Marta ficou surpresa ao ver Allyne chegando com o pai. Mesmo tendo conversado sobre um encontro, ela não esperava que fosse tão rápido — nem tão intenso. Ver Allyne ali, de verdade, dava àquela conexão virtual um peso completamente novo.


O coração de Marta disparou quando viu a caixinha nas mãos da jovem. Allyne desceu do carro, nervosa, mas determinada. A dor da endometriose ainda rondava seu corpo, mas naquele momento, era o coração que falava mais alto.


Ela se aproximou de Marta, segurou suas mãos e disse, com a voz trêmula:


— Eu sei que isso tudo é meio loucura. A gente mal se conhece pessoalmente… moramos em estados diferentes, você trabalha, eu ainda estou tentando me encontrar, e... bom, eu nunca namorei uma mulher antes. Mas... você me tocou de um jeito que ninguém mais conseguiu. Você ficou comigo nos meus piores dias. Você me fez sorrir quando tudo doía. Por isso, mesmo com todos os obstáculos, eu vim aqui te perguntar: quer namorar comigo?


Marta sentiu os olhos marejarem. Eram muitas emoções de uma vez: a surpresa, a alegria, o medo… e, acima de tudo, o sentimento de que ali havia algo verdadeiro.


Ela sorriu, apertando as mãos de Allyne:


— Eu quero. Quero viver isso com você. Seja como for.


Elas se abraçaram, como se aquele gesto selasse não apenas o começo de um namoro, mas de uma promessa: a de tentarem, de acreditarem, de não deixarem o medo vencer.


Durante os dias que seguiram, Allyne ficou na casa de Marta. Conheceram-se de verdade: os jeitos, as manias, os silêncios. Dormiram juntas, riram muito, choraram também. Marta mostrou seus lugares favoritos — um café pequeno na esquina, a pracinha onde costumava pensar na vida. E Allyne, mesmo lidando com crises de dor, parecia florescer em cada sorriso trocado.


Mas, como toda visita, aquela também teve seu fim. Allyne precisava voltar. Na despedida, choraram abraçadas, mas prometeram se ver de novo logo.


O namoro à distância começava ali, entre chamadas de vídeo, mensagens de bom dia e saudades apertadas.


Parecia difícil. E era.


Mas onde há sentimento, há força.


Capítulo 3 – Entre Telas e Silêncios


A distância logo mostrou suas garras. No início, tudo era entusiasmo: mensagens o tempo todo, chamadas longas antes de dormir, promessas de futuro. Mas conforme os dias passavam, a rotina de Marta — com trabalho, horários apertados e cansaço acumulado — começou a pesar. Allyne, por sua vez, ainda sem emprego, passava os dias entre consultas médicas e momentos de solidão.


Ambas sentiam falta uma da outra, mas começaram a perceber como o tempo podia ser cruel quando não se está perto.


— Você sumiu hoje — disse Allyne numa noite, a voz magoada pelo celular.


— Eu saí do trabalho tão exausta… só queria tomar um banho e deitar. Mas isso não significa que eu não pensei em você — respondeu Marta, tentando equilibrar afeto com sinceridade.


O silêncio entre as duas ficou pesado. Era difícil para Allyne não se sentir deixada de lado. Era difícil para Marta carregar a culpa por estar fazendo o seu melhor — e ainda assim parecer pouco.


Ainda assim, entre tropeços, as duas buscavam se encontrar. Começaram a marcar videochamadas fixas, criaram um diário compartilhado online para escreverem uma para a outra, como se fosse uma ponte feita de palavras.


Mas uma nova dificuldade surgiu: ciúmes.


Allyne via Marta sair com amigos, postar fotos sorrindo, enquanto ela passava os dias em casa. E embora soubesse que não havia motivo para desconfiança, o medo de perder Marta crescia.


— Você ainda fala com outras pessoas do Tinder? — ela perguntou uma vez, sem conseguir esconder a insegurança.


Marta, surpresa, respondeu com firmeza:


— Não. Desde o momento em que você apareceu, não precisei de mais ninguém.


As palavras aliviaram Allyne, mas também a fizeram perceber que precisava confiar — e cuidar de si mesma. Decidiu procurar ajuda médica e psicológica, retomar a vida aos poucos, por ela e por Marta.


Foi nesse processo que decidiram marcar uma nova viagem. Allyne iria até Marta novamente, mas dessa vez por mais dias. Queriam viver o amor sem pressa, longe das telas, perto dos olhos, do toque.


E quando Allyne desceu do ônibus e viu Marta esperando com um buquê simples, mas cheio de significado, teve certeza de uma coisa:


O amor delas valia o esforço.


Capítulo 4 – Na Dor, o Amor Floresce


A segunda viagem de Allyne à cidade de Marta prometia ser mais tranquila. Dessa vez, ela ficaria mais dias, com tudo planejado: cafés tranquilos, noites de filme, passeios de mãos dadas. Era a chance de viver o que a distância tanto atrapalhava.


Mas no terceiro dia, a dor voltou. Forte. Cruel. Implacável.


Allyne acordou no meio da noite, suando, curvada, o rosto pálido. A endometriose, que vinha dando sinais leves nos últimos tempos, atacava com tudo. Marta, acordada pelo gemido de dor, levantou assustada e correu até o quarto.


— Amor? Que foi? Tá com dor?


— Muita… — Allyne respondeu, os olhos marejados. — Tá insuportável, Marta… não consigo…


Marta não pensou duas vezes. Pegou os documentos de Allyne, sua bolsa, e a levou ao hospital. Ficou com ela durante toda a madrugada, segurando sua mão enquanto ela recebia medicação na veia.


Ver Allyne naquela situação despertou em Marta um sentimento profundo de proteção. Ela não era só a garota do Tinder, a mulher dos bons dias trocados por mensagens. Era real. Humana. E vulnerável.


Nos dias seguintes, Marta assumiu o papel de cuidadora com naturalidade. Cozinhava comidinhas leves, preparava compressas, ficava deitada ao lado dela contando histórias para distraí-la da dor.


— Você não precisa fazer tudo isso… — disse Allyne certa noite, com os olhos úmidos.


— Mas eu quero. Eu tô com você pra tudo, não só nos dias bons — respondeu Marta, acariciando seu rosto.


Aquela viagem, que deveria ser leve, virou um mergulho na intimidade mais verdadeira: cuidar e ser cuidada. E ali, mesmo na dor, o amor floresceu mais forte.


Quando Allyne voltou para sua cidade, semanas depois, algo havia mudado. Não era só a saudade que apertava o peito. Era a certeza: estavam construindo algo real, mesmo com todas as dificuldades.


Na próxima visita, Marta seria quem viajaria.


E com ela, levava uma ideia…

Uma caixinha.

Com uma surpresa.


Capítulo 5 – A Caixinha de Marta


Dessa vez, foi Marta quem encarou a estrada.


Saiu do trabalho um pouco mais cedo, coração acelerado, mala pronta, e um pequeno embrulho guardado com carinho entre suas roupas. A viagem até a cidade de Allyne não era longa, mas o tempo parecia se arrastar. Cada quilômetro aproximava Marta da mulher que mudara sua vida em tão pouco tempo — e ela mal podia esperar para vê-la novamente.


Quando Allyne abriu a porta e viu Marta ali, de mochila nos ombros e sorriso aberto, correu para abraçá-la. Foi um daqueles abraços demorados, onde as palavras não são necessárias. Onde o corpo reconhece o lar.


Durante os primeiros dias da visita, Marta foi se adaptando ao universo de Allyne. Conheceu seus cantos preferidos, seus familiares, até mesmo sua médica, que acompanhava a luta contra a endometriose. A rotina era simples, mas havia algo mágico em partilhá-la. Dormir juntas na mesma cama, cozinhar lado a lado, rir de bobeiras no sofá.


Naquela noite em especial, Marta pediu para saírem um pouco. Levaram uma toalha, um vinho suave e alguns petiscos para o alto de uma colina próxima, onde dava pra ver as luzes da cidade. O céu estava limpo, salpicado de estrelas.


Allyne se deitou na toalha, olhando para o céu. Marta ficou um tempo em silêncio, respirando fundo, até criar coragem. Sentou-se ao lado dela e tirou a caixinha da bolsa.


— Lembra daquela primeira vez que você veio me ver? Você chegou com uma caixinha, me surpreendendo… — começou Marta.


Allyne sorriu, já emocionada.


— Hoje é minha vez — continuou Marta, abrindo a caixinha e revelando duas alianças delicadas, com uma pequena pedra de quartzo rosa no centro.


— Eu não sei o futuro. Não sei o que vem pela frente. Mas eu sei o que sinto. E sei que quero continuar caminhando com você, mesmo que às vezes a estrada doa. Mesmo que a distância ainda exista. Porque, Allyne… você é o amor mais verdadeiro que eu já conheci.


Allyne levou a mão à boca, os olhos cheios d’água.


— Isso é… um pedido de noivado? — perguntou com a voz trêmula.


— É um pedido de continuidade. De compromisso. De verdade. — respondeu Marta. — Quer continuar essa história comigo?


Allyne não hesitou.


— Claro que quero. Eu nunca tive tanta certeza de algo na vida.


Elas se beijaram sob as estrelas, selando mais uma promessa.


Duas mulheres, dois corações marcados por dores e distâncias, decidindo todos os dias continuar escolhendo uma à outra.




Capítulo 6 – Um Lugar Só Nosso

O pedido com as alianças trouxe mais do que emoção. Trouxe também perguntas. O que fariam a partir de agora? Continuariam em cidades diferentes? Visitas espaçadas, saudade diária? Ou era hora de pensar em algo mais concreto?

Marta foi a primeira a tocar no assunto, numa manhã tranquila, tomando café ao lado de Allyne:

— Já pensou… na gente morando juntas?

Allyne parou, colher de café no ar. Aquela ideia já havia passeado pela mente dela várias vezes, mas ouvir Marta dizer em voz alta fez parecer mais real.

— Eu já pensei. Mas… é um passo grande, né?

— É. Mas acho que a gente já passou por coisas grandes demais pra ter medo disso agora — respondeu Marta, sorrindo.

Elas começaram a conversar sobre possibilidades. Marta tinha mais estabilidade no trabalho, enquanto Allyne ainda se tratava e buscava oportunidades. A ideia mais viável era que Allyne se mudasse primeiro.

Mas, como tudo entre elas, não seria simples.

A primeira barreira foi emocional: contar para as famílias. A de Marta já sabia de sua orientação, mas nunca tinha visto um relacionamento dela tão sério. A de Allyne, por outro lado, ainda vivia em silêncio sobre o assunto.

Quando Allyne contou à mãe que pensava em morar com Marta, houve silêncio. Depois, perguntas duras, olhares confusos. Mas, surpreendentemente, o pai — que a acompanhara naquela primeira viagem — foi quem a apoiou primeiro.

— Você já sofreu demais, filha. Se essa mulher te faz feliz… então vá. Seja feliz. Eu estarei aqui.

Foi o apoio que Allyne precisava. Começaram os planos. Caixa por caixa, escolha por escolha. Marta ajudava à distância, enquanto Allyne se organizava para a mudança. Era difícil deixar a cidade onde cresceu, a família, os médicos. Mas havia um novo destino à frente. E nela, Marta.

No dia da mudança, choraram na despedida da família. Mas também sorriram, com as mãos entrelaçadas, dentro do carro, rumo a uma nova vida.

Morar juntas era um novo desafio. Manias que antes eram fofas, agora dividiam espaço com as tarefas do dia a dia. Mas, a cada noite, deitavam-se na mesma cama com a certeza de que estavam no lugar certo.

E pela primeira vez, nenhuma das duas dormia com medo da distância. Dormiam juntas.

Finalmente.


Capítulo 7 – Luzes, Promessas e Vida Nova


O som do mar ao fundo, o céu tingido por tons dourados e alaranjados, e uma fogueira acesa na areia. Era ali, entre as ondas e a brisa morna, que Marta e Allyne escolheram dizer sim — em um luau à beira-mar, cercadas por pessoas que aprenderam a amar o que as duas construíram.


Tudo foi planejado com o coração. Nada de luxos, apenas verdade.


Cangas coloridas estendidas na areia, lanternas de papel penduradas em cordas de sisal, e flores tropicais adornando os cabelos e os sorrisos. Os convidados, descalços, formavam um círculo em volta das duas mulheres que, de mãos dadas, sorriam uma para a outra como se o mundo inteiro houvesse parado para vê-las.


Marta usava uma saia longa branca e uma blusa rendada. Allyne escolheu um vestido fluido, com bordados discretos no busto. Ambas usavam colares de conchas e os pés tocavam a areia fria. A fogueira crepitava, testemunha silenciosa do amor que ardia ali.


— Marta — começou Allyne, a voz embargada —, você me encontrou no momento mais frágil da minha vida. Eu achava que estava quebrada… mas você me enxergou inteira. E hoje, ao seu lado, me sinto forte, amada, e completa.


— Allyne — respondeu Marta, segurando com firmeza as mãos da noiva —, você me mostrou que o amor pode ser leve mesmo quando o mundo pesa. Você me ensinou a cuidar e me deixou ser cuidada. Hoje, eu escolho você mais uma vez. E pra sempre.


Com as palmas batendo em ritmo e o som de um violão suave, elas se beijaram sob as estrelas. Dançaram até a madrugada, em volta da fogueira, cercadas por amor, música e mar.


Meses depois, um novo sonho começou a nascer — literalmente.


Allyne engravidou por inseminação artificial. Foi uma decisão pensada, desejada e vivida a dois, com lágrimas de alegria e mãos dadas durante cada consulta. Marta participou de todo o processo, escolheu o doador com ela, leu cada papel, foi em cada ultrassom.


O dia em que viram o coração do bebê bater pela primeira vez, Marta chorou como nunca.


— Tem uma vida aí — ela disse, beijando a barriga de Allyne. — Uma parte de você. Uma parte de mim. Nosso amor tomando forma.


E assim, de uma conversa no Tinder, surgiu uma história feita de promessas cumpridas, desafios superados, e agora… de uma nova vida a caminho.


Uma família.



Capítulo 8 – O Primeiro Choro

Os dias antes do parto foram cheios de expectativa, ansiedade e ternura. A barriga de Allyne crescia, e com ela, crescia também o amor de Marta, que falava com o bebê todas as noites, com a cabeça encostada no ventre da esposa.

— Você nem chegou e já é o nosso mundo inteiro — dizia.

Elas tinham escolhido o nome juntas: Aurora. Porque, como o próprio nome dizia, ela seria o recomeço, a luz depois das dores, a promessa de um novo dia.

O parto aconteceu em uma madrugada chuvosa. Allyne acordou com as contrações e chamou Marta, que pulou da cama em desespero carinhoso. Com a mala pronta, correram para o hospital, rindo entre as dores e nervosas até o último fio de cabelo.

Foram horas intensas, exaustivas, emocionantes.

E então veio o choro.

O som mais bonito que já ouviram.

Aurora nasceu saudável, com os olhos entreabertos e o rostinho tranquilo. Marta chorou descontroladamente quando a colocou nos braços pela primeira vez. Allyne, ainda cansada, sorriu, emocionada, ao ver as duas juntas.

— Ela tem seus olhos — disse Marta, tocando de leve a bochecha da bebê.

Os primeiros dias em casa foram uma montanha-russa: noites em claro, fraldas, choros… mas também sorrisos bobos, cheirinho de recém-nascido, e uma conexão ainda mais profunda entre elas.

Marta se dividia entre o trabalho e os cuidados com a pequena, mas fazia questão de estar presente em todos os momentos possíveis. Allyne, com toda sua entrega, mergulhava na maternidade com doçura e coragem.

Havia exaustão, claro. Mas havia também cumplicidade. E cada pequeno gesto — como um banho dado em dupla, um olhar trocado durante a amamentação, um cochilo a três no sofá — era um lembrete de que tudo valia a pena.

Aurora trouxe uma nova cor ao lar. Um novo ritmo. Um novo centro de gravidade.

E mesmo em meio ao caos das fraldas, das mamadas e dos cochilos interrompidos, Allyne e Marta sabiam que estavam vivendo o capítulo mais bonito da história delas.

Porque o amor agora tinha nome. E dormia ali, entre elas.


Capítulo 9 – Pequenas Grandes Conquistas

Aurora já tinha quase dois anos.

Corria pela casa com passinhos desajeitados, as mãozinhas agitadas no ar, e um sorriso que derretia qualquer tensão. Suas primeiras palavras tinham sido “mamá” e “táta” — sua forma carinhosa de chamar Marta e Allyne, respectivamente. E desde então, o lar era feito de palavrinhas inventadas, brinquedos espalhados, e música infantil tocando o tempo todo.

A rotina era intensa, mas agora bem ajustada. Marta organizava seus horários de trabalho para estar presente nos fins de tarde, quando Aurora ficava mais agitada. Allyne, que retomara os estudos à distância e fazia pequenos freelas de casa, assumia os turnos diurnos.

Mesmo com os cansaços, as olheiras e os desafios típicos da fase, algo brilhava constantemente entre as duas: a parceria. O amor que as uniu havia amadurecido, se transformado em algo mais sólido, mais calmo — mas ainda cheio de paixão.

Certa noite, depois que Aurora adormeceu entre as duas no sofá, Allyne olhou para Marta e sussurrou:

— Às vezes fico lembrando do Tinder… da primeira mensagem no hospital… nunca imaginei que viveria isso.

Marta beijou-lhe a testa e respondeu:

— A gente achava que estava se encontrando por acaso. Mas era destino. Era tudo isso esperando pra acontecer.

Nos fins de semana, elas levavam Aurora à praia. A menininha ria quando sentia a areia nos pés, jogava conchas nas ondas, e adorava ouvir a história do “casamento do papai sol e da mamãe lua”, que Allyne inventara para explicar o céu ao entardecer.

Aurora estava crescendo, sim. Mas Marta e Allyne também. Cada dia com ela as fazia rever prioridades, entender limites, valorizar pequenos silêncios.

Não era mais só um romance. Era uma vida construída com base no afeto, no respeito e na escolha diária de permanecer.

Uma família diferente do esperado, mas exatamente como precisava ser.

E o amor — ah, o amor — esse só crescia.


Capítulo 10 – Novos Sonhos, Novos Passos


O sol entrava pela janela da sala enquanto Aurora rabiscava um caderno com lápis de cor. Marta, sentada ao lado de Allyne, mexia em uma planilha no notebook. O assunto da vez era ousado — mas empolgante.


— E se a gente abrisse algo nosso? — disse Allyne, com brilho nos olhos. — Um espaço nosso, com a nossa cara… algo que represente o que a gente construiu.


— Tipo um café com livraria? — sugeriu Marta. — Ou uma lojinha com produtos artesanais e espaço infantil?


— Algo assim… um lugar onde famílias como a nossa se sintam acolhidas. Onde o amor não precise pedir licença.


As ideias começaram a brotar como sementes bem plantadas. Logo estavam rabiscando nomes, conceitos, possibilidades. A experiência de Marta com gestão e a criatividade de Allyne se complementavam perfeitamente.


Resolveram visitar uma cidade litorânea próxima, onde o ritmo era mais tranquilo e o turismo constante poderia favorecer o negócio. Se encantaram por uma casinha antiga perto da praça central, com paredes de pedra, janelas grandes e um quintal cheio de potencial. Era o cenário ideal para o sonho delas ganhar forma.


Enquanto isso, Aurora crescia feliz, cheia de perguntas e imaginação. Foi ela, com sua espontaneidade inocente, que lançou a pergunta durante um jantar:


— Mamá… a gente vai ter um bebê novo?


Marta e Allyne se entreolharam e riram, surpresas.


— Por que você perguntou isso, pequena? — questionou Allyne.


— Porque meu coração disse — respondeu Aurora, colocando a mão no peito.


Naquela noite, deitadas lado a lado depois que a filha dormiu, o assunto surgiu.


— E se a gente tentasse de novo? — sussurrou Marta.


— Outro filho?


— Outro amor pequeno.


Allyne sorriu, tocando a mão de Marta.


— Eu topo. Com você, eu topo tudo.


E assim, com planos de um novo lar comercial, um possível novo bebê, e um amor que nunca deixou de crescer, Marta e Allyne continuavam escrevendo sua história — feita de coragem, ternura, e laços que nenhum tempo ou desafio seria capaz de desfazer.


Afinal, para quem começou com uma simples mensagem no Tinder… tudo era possível.



Capítulo 11 – Dois Corações e Uma Porta Aberta

A casinha de pedra na cidade litorânea foi reformada com carinho, detalhe por detalhe. Allyne cuidou da estética — escolheu tons claros, plantas suspensas, frases de afeto nas paredes. Marta organizou toda a parte funcional — cardápio, fornecedores, estrutura.

O nome do lugar? "Aurora & Mar" — em homenagem à filha e ao elemento que uniu suas histórias desde o começo.

O espaço tinha cantinho de leitura, área kids, mesinhas ao ar livre, e uma estante com livros infantis, LGBTQIA+ e de acolhimento familiar. Serviam cafés especiais, bolos caseiros, pão de queijo quentinho e sucos naturais. Era mais do que um café — era um refúgio.

Na inauguração, Aurora cortou a fita com uma tesoura de papel decorada com fita rosa. Sorriu, bateu palmas e correu para brincar com outras crianças, enquanto Marta e Allyne se entreolhavam, emocionadas.

— A gente conseguiu — sussurrou Marta, abraçando a esposa por trás.

— E vamos conseguir muito mais — respondeu Allyne, sorrindo com os olhos marejados.

Alguns dias depois, num fim de tarde em que o café estava mais tranquilo, Allyne apareceu no balcão segurando um teste de gravidez.

Marta arregalou os olhos. Ficou em silêncio por alguns segundos. Depois, o mundo pareceu desacelerar.

— Positivo?

Allyne mordeu o lábio inferior e acenou com a cabeça.

Marta contornou o balcão, a envolveu num abraço firme e as duas choraram ali mesmo, entre xícaras e livros infantis.

— Dois corações novos ao mesmo tempo — disse Marta. — Um dentro de você… e outro aqui, nesse lugar que criamos.

A notícia se espalhou entre os clientes mais próximos, e o “Aurora & Mar” passou a ter mais uma história em suas paredes: a de um amor que não parava de se reinventar.

Com Aurora ansiosa para ser irmã mais velha, o negócio crescendo aos poucos, e uma nova vida se formando no ventre de Allyne, o lar delas transbordava de gratidão.

E mesmo em meio ao cansaço, aos desafios e aos tropeços, uma coisa permanecia firme: o desejo constante de caminharem lado a lado, enfrentando o mundo com coragem, ternura… e muito amor.


Capítulo 12 – Entre Estrelas e Irmãos

A gravidez de Allyne foi tranquila, mas cheia de emoção. Dessa vez, com a experiência anterior, elas se permitiram viver cada etapa com mais calma — registraram fotos, criaram um diário da gestação, e envolveram Aurora em tudo.

— Você quer ajudar a escolher o nome do bebê? — perguntou Marta, certa noite, enquanto penteava os cabelos da filha.

Aurora sorriu, pensativa, e depois de alguns segundos respondeu com firmeza:

— Se for menina, quero que chame Estela, porque parece estrela. E se for menino… Gael, porque é bonito.

O ultrassom confirmou: seria um menino.

Gael.

A chegada dele estava prevista para uma noite de lua cheia — o que fez Allyne sorrir, lembrando do luau onde havia dito sim a Marta. Tudo parecia poeticamente conectado.

O parto foi mais rápido, mas igualmente emocionante. Marta segurou a mão de Allyne o tempo todo, e quando o choro de Gael ecoou pela sala, Aurora, que esperava com os avós do lado de fora, entrou saltitante, carregando um desenho da família com um bebê de cabelo azul.

— Ele vai ter cabelo azul? — perguntou séria.

Marta riu e a pegou no colo.

— No seu desenho, ele pode ter o cabelo que quiser.

Aurora olhou para o irmãozinho nos braços da mãe e ficou quieta por alguns instantes. Depois, encostou o dedo na mãozinha minúscula dele.

— Oi, Gael. Eu sou sua mana. E eu prometo que vou cuidar de você.

Os dias seguintes foram uma mistura doce de caos e ternura. Aurora quis participar de tudo: buscava fraldas, ajudava a embalar o irmão, contava histórias inventadas ao pé do berço. Marta e Allyne observavam com o coração apertado de amor.

O café Aurora & Mar agora tinha um bercinho no cantinho de descanso, uma rede onde Allyne amamentava Gael nas tardes tranquilas, e um painel de fotos com a família crescendo.

Amigos e clientes antigos apareciam para conhecer o novo integrante da história que tanto inspirava. Era como se o amor delas tivesse se tornado parte da cidade.

E à noite, quando todos dormiam, Marta olhava para Allyne com gratidão silenciosa.

— Nunca imaginei isso tudo — sussurrou ela.

— Eu também não — respondeu Allyne. — Mas eu não trocaria por nada.

Entre noites mal dormidas, mãos entrelaçadas, sorrisos bobos e pequenos milagres diários, Allyne, Marta, Aurora e Gael seguiram crescendo… juntos.

Porque família, afinal, é o lugar onde o amor escolhe morar.



Capítulo 13 – Tempestade e Raízes


Cinco anos se passaram.


Aurora agora tinha sete anos. Cabelos compridos, criatividade aflorada e uma paixão por escrever histórias com finais felizes. Gael, com cinco, era o oposto: inquieto, curioso e encantado por desmontar brinquedos para entender como funcionavam.


O café Aurora & Mar seguia como um ponto de encontro acolhedor, agora com oficinas infantis, saraus e tardes de contação de histórias. A rotina familiar era corrida, mas cheia de vida. Marta dividia seu tempo entre a administração do negócio e momentos com os filhos, enquanto Allyne se dedicava à curadoria de eventos no café e à maternidade com toda alma.


Mas, como toda história real, também veio a tempestade.


Uma forte chuva atingiu a cidade. Enchentes invadiram ruas, derrubaram árvores, e o café — que ficava perto da praça — foi atingido.


Na manhã seguinte, Marta estacionou o carro em frente ao local e ficou em silêncio, os olhos fixos na vidraça quebrada, nas cadeiras reviradas, no chão coberto de lama.


Allyne segurou sua mão.


— É só um lugar. A gente reconstrói.


— Mas era o nosso sonho.


— Nosso sonho não acabou. Ele mora na gente. Mora na Aurora e no Gael. Mora na forma como a gente nunca desiste.


Com a ajuda da comunidade, amigos e clientes, começaram uma pequena vaquinha online para reconstruir o espaço. Aurora gravou um vídeo com um cartaz desenhado à mão: “O café do amor precisa da sua ajuda”.


Em uma semana, o valor necessário foi alcançado.


Durante a reforma, organizaram eventos ao ar livre e venderam bolos caseiros para arrecadar mais recursos. As crianças ajudavam como podiam. E naquele processo, Marta percebeu algo que o tempo ensina devagar: às vezes, é no susto que a gente entende o quanto está enraizado.


Quando reabriram o Aurora & Mar, o novo espaço tinha mais luz, mais cor e um mural com a frase escrita por Aurora:


“Depois da tempestade, o amor sempre floresce.”


Marta e Allyne, exaustas e emocionadas, se abraçaram no centro do salão, com Gael correndo ao redor e Aurora lendo um poema no microfone.


A vida não era perfeita. Mas era delas. E cheia de amor.



Capítulo 14 – Quando o Tempo Sorri


Aurora agora tinha dezesseis anos.


Seus cabelos continuavam longos, mas agora tingidos de roxo nas pontas. Era sensível, sonhadora e dona de uma escrita tão poderosa que já havia vencido concursos literários. Estava prestes a lançar seu primeiro livro — uma coletânea de contos sobre amor, identidade e coragem.


Gael, com quatorze, continuava desmontando tudo o que via. Inventava máquinas, criava jogos, e dizia que queria ser “engenheiro de coisas mágicas”. Tinha o brilho inquieto de quem enxerga o mundo por dentro.


O café Aurora & Mar cresceu junto com eles. Agora tinha dois andares, uma pequena editora comunitária e oficinas gratuitas aos sábados. Marta e Allyne ainda cuidavam de tudo com zelo, mas agora também aproveitavam a vida com mais calma — caminhadas na praia, viagens curtas e noites de vinho e silêncio.


Na noite de comemoração do lançamento do livro de Aurora, o café estava cheio. Amigos, vizinhos, professores, clientes antigos… todos queriam prestigiar aquela menina que tinha crescido ali, entre estantes e xícaras.


Allyne subiu ao palco para apresentar a filha, com os olhos marejados.


— Quando escrevemos nossa história, nunca sabemos onde ela vai nos levar. Mas hoje, ao olhar pra Aurora, e pra esse café cheio de vida, eu entendo que o amor que plantamos lá atrás cresceu como uma árvore que dá sombra, flor e fruto.


Aurora leu um trecho do livro, emocionada. Depois, chamou Marta e Allyne ao palco.


— Esse livro só existe porque um dia duas mulheres tiveram coragem de se amar — disse ela. — E de transformar uma mensagem no Tinder em uma vida inteira.


O público aplaudiu de pé.


Gael apareceu com um bolo decorado com estrelinhas e circuitos elétricos desenhados com chocolate — sua homenagem ao passado e ao futuro.


Naquela noite, sob um céu pontilhado de estrelas, Marta e Allyne se olharam como no começo — com o mesmo encantamento, mas agora com mais história.


— Você ainda se lembra do primeiro “oi”? — sussurrou Marta.


— Eu me lembro de tudo. E quero lembrar pra sempre.


E ali, rodeadas por filhos, amigos e memórias vivas, elas entenderam: o tempo sorri para quem escolhe amar, apesar de tudo.


Porque algumas histórias não terminam. Elas florescem. Todos os dias.



Epílogo – O que Fica


Aurora caminhava descalça pela areia da mesma praia onde, anos atrás, suas mães haviam se casado.


Agora com vinte e sete anos, trazia nos olhos o mesmo brilho da infância — mas carregava também a calma de quem já atravessou algumas marés.


Gael morava em outro estado, estudando engenharia e inventando coisas que ninguém ainda entendia direito. Marta e Allyne, aposentadas, seguiam administrando o café por amor — e porque nenhuma delas conseguia ficar longe do cheiro de pão de queijo e das histórias.


Aurora escrevia profissionalmente. Era reconhecida, lida, amada pelas palavras que espalhava. Mas nenhum dos seus livros tinha tanto significado quanto aquele primeiro, lançado na adolescência, inspirado na história de amor que a fez nascer.


Sentou-se na areia com um caderno no colo. Abriu na primeira página. Lá estava a frase que carregava como bússola:


“O amor que nasce do cuidado transforma o mundo — e constrói futuros.”


Ela sorriu, olhou para o mar, e começou a escrever de novo.


Porque, para ela, enquanto o mundo coubesse em palavras, o amor de Marta e Allyne jamais teria fim.



Dedicatória:

A todas as pessoas que ousam amar, mesmo quando o mundo diz o contrário.

E especialmente às famílias construídas com ternura, respeito e presença.

Que nunca nos falte coragem para começar… nem fé para continuar.

Marta Marinho.







Entre Olhares e Silêncios

 



Capítulo 1 – Entre Olhares e Silêncios

Isabela sentia o peso de cada passo ao entrar no consultório. O silêncio branco das paredes ecoava sua ansiedade, como se sua história estivesse sendo contada antes mesmo de ela abrir a boca.

Fazia mais de um ano que havia abandonado o anticoncepcional. A decisão tinha sido dela, e seu corpo reagira de forma confusa. A menstruação desapareceu, dores esporádicas surgiram, e o espelho passou a refletir uma mulher que ela já não reconhecia.

Cláudia entrou pontualmente. O jaleco alinhado, os cabelos presos em um coque e os olhos claros por trás dos óculos lhe davam uma presença calma, quase hipnotizante. Era sua segunda consulta com ela, mas algo naquela médica despertava um sentimento novo e inquietante.

— Você emagreceu — disse Cláudia, com um leve sorriso, enquanto analisava os exames.

— Sim... academia. E dieta. Mas minhas mamas continuam grandes... a senhora tinha dito que iriam diminuir.

Cláudia ergueu os olhos e a observou por um instante mais longo do que o esperado.

— E quem disse que isso é um problema?

Isabela corou. A maneira como a médica falou aquilo... suave, quase como um elogio. Mas logo sacudiu a cabeça, tentando afastar o pensamento. Ela estava ali como paciente, nada mais.

— Doutora... eu tenho sentido dor... durante relações.

— Dor? De que tipo?

Isabela hesitou. Inspirou fundo.

— Sou lésbica.

Cláudia pareceu surpresa, mas não desconfortável. Apenas... tocada.

— Entendo. E por que nunca mencionou isso antes?

— Achei que não fosse necessário... não costumo dizer isso para qualquer pessoa.

— Não precisa ter vergonha de mim, Isabela.

O nome dela na boca de Cláudia soou como um carinho. E por um instante, as duas ficaram presas naquele momento, em silêncio. O ar pareceu mais denso. Mais íntimo.

Isabela se levantou para sair, mas Cláudia a chamou, com a voz mais baixa do que antes.

— Espera. Suas mamas... são lindas, sabia?

Isabela congelou. O coração disparou.

— Doutora...

— Cláudia — corrigiu ela, com um meio sorriso. — Me chama de Cláudia, quando estivermos sozinhas.

— Por quê?

Cláudia deu um passo à frente, mas ainda respeitando o espaço entre elas.

— Porque, às vezes, eu esqueço que sou só sua médica.


Perfeito! Aqui está o próximo capítulo:




Capítulo 2 – Linhas que se cruzam


O dia seguinte amanheceu como qualquer outro, mas nada em Isabela era comum naquela manhã. O toque da médica ainda pulsava em sua memória, mesmo sem ter havido toque algum. Era a voz, o olhar, a maneira como Cláudia havia dito seu nome... Havia algo ali que ultrapassava os limites de uma simples consulta médica.


Tentou se distrair. Foi à academia, conversou com colegas, respondeu mensagens. Mas nada impedia as lembranças de voltarem. A sensação estranha — um misto de confusão, vergonha e... vontade.


No fim da tarde, seu celular vibrou. Uma mensagem inesperada:


Número desconhecido: "Isabela, aqui é a Dra. Cláudia. Desculpa mandar mensagem fora de horário, mas fiquei pensando em você. Queria saber se está tudo bem."


Seu coração disparou. Não sabia se respondia. Mas respondeu.


Isabela: "Oi, doutora... tô bem, sim. Só surpresa por sua mensagem."


Cláudia: "A gente pode conversar? Fora do consultório. Como... mulheres, não médica e paciente."


Isabela relutou por um segundo. Sabia que havia riscos, sabia que aquilo não era o certo, mas havia algo em Cláudia que fazia tudo parecer inevitável.


Isabela: "Pode ser. Hoje?"


Cláudia: "Hoje."





O encontro foi em uma cafeteria discreta, longe do centro da cidade. Cláudia já estava lá, sentada perto da janela, vestindo algo simples, sem o jaleco — e, ainda assim, com a mesma elegância de sempre.


— Obrigada por vir — disse ela, quando Isabela se aproximou.


— Eu ainda não sei por quê estou aqui — respondeu Isabela, sincera.


Cláudia sorriu de leve, como quem entende a dúvida, mas não se arrepende.


— Eu também não sei. Só sei que, desde ontem, você não saiu da minha cabeça. E... isso não é profissional. Eu sei disso.


— Então por que continuar?


Cláudia olhou nos olhos dela. Pela primeira vez, sem máscara, sem crachá, sem autoridade. Apenas mulher.


— Porque com você eu me sinto viva. E eu já passei tempo demais vivendo só pelos outros.


Isabela sentiu o chão fugir. Não estava preparada. Mas, ao mesmo tempo... esperava por isso.


Cláudia estendeu a mão por sobre a mesa, devagar. Isabela, sem pensar, tocou.


Duas mulheres. Duas histórias. Duas solidões que, enfim, se encontravam.






Capítulo 3 – A Travessia


As mãos entrelaçadas sobre a mesa diziam mais do que qualquer palavra. Cláudia parecia aliviada por se permitir sentir, e Isabela, embora assustada, estava entregue ao momento.


— Eu sempre fui tão reservada — disse Cláudia, baixinho. — A medicina me ensinou a controlar tudo. Emoções, impulsos... até a forma de amar. Mas com você, Isabela, eu não consigo manter esse controle.


— E por que eu? — ela perguntou, com a voz embargada. — Eu sou só... uma paciente.


Cláudia sorriu com ternura.


— Não é isso que você é. Desde o primeiro instante, houve algo em você. Uma dor silenciosa. Uma força. Uma doçura também... E talvez porque você não esperava nada de mim, eu quis te dar tudo.


O silêncio que se formou depois foi profundo, denso como um abraço. Ali, naquela cafeteria escondida do mundo, elas atravessavam uma fronteira invisível — de médico e paciente para duas mulheres prestes a viver algo intenso.


**


Nos dias seguintes, Isabela andava diferente. Sentia-se viva, desejada, mas também em conflito. Sabia que aquilo era delicado, perigoso até. Contou apenas à sua melhor amiga, que reagiu com um misto de surpresa e entusiasmo:


— Você tá me dizendo que a médica... aquela médica maravilhosa, elegante, chique... tá apaixonada por você?


— Parece que sim — respondeu, tímida.


— Amiga, isso é um roteiro de filme. Você vai viver isso ou fugir?


Isabela riu, mas no fundo sabia que fugir não era mais uma opção.


**


Já Cláudia, no hospital, carregava um novo brilho nos olhos — e um novo peso no coração. Seus colegas notavam que ela sorria mais, mas ninguém imaginava o motivo. À noite, relembrava cada detalhe da conversa, da pele de Isabela, da coragem que sentiu ao se permitir viver algo fora das regras.


**


Um fim de semana depois, Cláudia a chamou para jantar em sua casa. Foi tudo simples — massa, vinho, uma música suave ao fundo. Mas quando Isabela entrou, viu no olhar da médica algo mais profundo: amor.


— Você tem certeza disso? — perguntou, quando estavam sentadas no sofá, próximas.


— Pela primeira vez em anos, tenho — disse Cláudia, tocando o rosto dela com delicadeza.


Elas se beijaram. Um beijo que não foi apressado, nem tímido. Foi inteiro, entregue. Como se ambas soubessem que ali começava algo que não teria mais volta.



Naquela noite, entre beijos e confidências, lágrimas e carícias, Isabela deixou de ser apenas paciente. E Cláudia deixou de ser apenas médica. Elas se tornaram duas mulheres apaixonadas, atravessando juntas a travessia do medo para o amor.



Capítulo 4 – Tempestades e Coragem


O romance entre Isabela e Cláudia crescia silenciosamente, mas a cada novo passo, surgiam novas dúvidas. Elas se viam em momentos de felicidade genuína, mas também em situações que desafiavam suas convicções. O medo do julgamento, da repressão, da ética que tornava o relacionamento delas tão arriscado, pairava no ar.


Uma manhã, ao entrar no consultório, Isabela notou algo diferente em Cláudia. Ela parecia distante, o olhar cansado, como se carregasse o peso de algo que não poderia compartilhar.


— O que aconteceu? — Isabela perguntou, ao se sentar na cadeira de frente para a médica.


Cláudia desviou o olhar por um momento, antes de respirar fundo e responder:


— Eu... eu pensei que poderia controlar tudo. Mas com você, isso é mais difícil. Tem sido difícil manter a distância profissional... E eu não posso perder meu trabalho. Não posso perder tudo que construí.


Isabela sentiu um nó na garganta. Sabia que Cláudia estava em uma encruzilhada, entre a vida que havia escolhido e a paixão que agora queimava dentro dela.


— Você tem medo do que as pessoas vão pensar? — Isabela perguntou, com a voz suave.


Cláudia olhou diretamente para ela, e pela primeira vez, a médica parecia vulnerável.


— Não é só isso. O que aconteceria se você fosse julgada? Se tudo o que construímos se desmoronasse por causa de um erro? Ou pior, se alguém soubesse que você e eu estamos juntas? Você está disposta a encarar isso?


Isabela se levantou e foi até ela, aproximando-se lentamente. A dor que Cláudia demonstrava a fazia querer abraçá-la, protegê-la.


— Eu não me importo com o que as pessoas pensam, Cláudia. Só me importa o que sentimos uma pela outra. O resto... o resto podemos enfrentar juntas. Mas se você desistir de mim agora... será mais difícil do que qualquer coisa que já tenha enfrentado.


Cláudia a olhou profundamente, os olhos marejados, e Isabela sentiu sua própria alma se quebrar em pedacinhos com o peso daquelas palavras. A vida de ambas estava em jogo, mas o que mais pesava era a intensidade do que elas sentiam.


**


Naquela noite, depois da consulta, Cláudia decidiu se afastar para refletir. Ela precisava de um tempo para pensar, para reorganizar sua vida. O dilema era grande demais para ser resolvido em um simples encontro.


Isabela, no entanto, não conseguiu dormir. Ela sabia que o tempo estava se esgotando, que as palavras de Cláudia ainda ecoavam em sua mente. Estava disposta a enfrentar qualquer coisa, desde que fosse ao lado de Cláudia.


No meio da noite, ela decidiu que não poderia esperar mais. Pegou seu celular e enviou uma mensagem, simples, mas cheia de emoção:


Isabela: "Se for para enfrentar o mundo inteiro, quero fazer isso ao seu lado. Não importa o que aconteça, Cláudia. Não importa se é difícil. Não importa se estamos erradas. O que importa é o que sentimos."


**


Cláudia leu a mensagem antes de dormir, e as palavras de Isabela foram o alicerce que ela tanto precisava. Na manhã seguinte, ela já sabia o que fazer. Precisava dar um passo no escuro, porque, no fundo, sabia que o amor delas não podia ser negado. Não havia mais espaço para esconder o que era verdadeiro.


**


No consultório, o clima estava tenso. Quando Isabela entrou, Cláudia a olhou com um sorriso triste.


— Eu pensei muito, Isabela. Sobre tudo. E sei que talvez eu esteja cometendo um erro, mas... não posso mais viver com medo.


Isabela a encarou, os olhos brilhando.


— Não é um erro, Cláudia. É a nossa chance.


Cláudia se aproximou e, pela primeira vez, tomou a mão de Isabela com firmeza. Era um gesto pequeno, mas significativo. O mundo lá fora podia ser cruel, mas ali, naquele momento, elas tinham uma só verdade.


— Então, vamos enfrentar isso juntas — disse Cláudia, com um sorriso. — Não importa o que aconteça.


Isabela sorriu de volta, um sorriso genuíno, cheio de promessas e coragem.


— Juntas.


E ali, entre um toque de mãos e a confusão do mundo, elas se deram a chance de viver algo real. Não havia mais fronteiras, nem medo, apenas um amor que começava a florescer em meio às tempestades que ainda viriam.



Capítulo 5 – O Caminho das Escolhas

A decisão foi tomada, mas o caminho não seria fácil. O amor que Cláudia e Isabela sentiam uma pela outra ainda enfrentava as sombras da dúvida, os sussurros da sociedade e os próprios fantasmas de suas próprias inseguranças. A cada novo dia, o mundo ao redor parecia querer testá-las, como se o simples ato de se entregarem ao amor fosse um desafio a ser vencido.

Nos dias que se seguiram, elas se viam em encontros furtivos, pequenos momentos roubados do cotidiano que logo seriam consumidos pela necessidade de manter as aparências. Cláudia, ainda em seu consultório, tentava não se deixar levar pela saudade constante, mas as palavras de Isabela, os toques suaves, os olhares carregados de desejo, estavam em sua mente o tempo todo.

A cidade, grande e barulhenta, não sabia o que se passava entre as duas mulheres. Mas havia algo em Cláudia que estava mudando. Ela começava a perceber que não poderia viver uma vida dividida, uma vida em que ela não fosse totalmente ela mesma.

**

Num dia de chuva forte, Cláudia chegou ao trabalho mais cedo do que o habitual. Quando entrou no consultório, notou que havia uma mudança no ambiente. Isabela estava lá, esperando por ela. A jovem estava sentada na cadeira, com uma expressão decidida, mas também com um leve temor nos olhos.

— O que aconteceu? — Cláudia perguntou, seu coração acelerando ao ver Isabela ali, naquele momento tão delicado.

Isabela se levantou, sua postura firme, mas seus olhos mostravam um misto de vulnerabilidade e coragem.

— Eu não posso continuar me escondendo. Não podemos continuar nos escondendo, Cláudia. Eu sei que é difícil, mas não dá mais para viver com essa dúvida. Eu te amo, e não quero mais esconder isso de ninguém, nem de você.

Cláudia sentiu o peito apertar. O que Isabela estava propondo não era simples. Não era só sobre amor, mas sobre todas as consequências disso. O peso das escolhas se tornou mais real naquele instante. Ela estava prestes a entrar numa batalha, não contra algo que estivesse fora de seu controle, mas contra tudo o que ela acreditava ser seguro.

— Você sabe o que isso significa? — Cláudia perguntou, a voz baixa e tensa. — Sabe as implicações disso? Eu não posso simplesmente ignorar o que pode acontecer. Não posso ser imprudente com a sua vida, nem com a minha.

Isabela deu um passo à frente e segurou a mão de Cláudia, seus dedos entrelaçando-se com força.

— Eu sei o que pode acontecer. Mas, ao mesmo tempo, sei o que não pode mais acontecer: ficar na dúvida, viver na sombra, perder o que sentimos. O que é mais importante, Cláudia? A gente se amar ou o que os outros vão pensar?

Cláudia fechou os olhos por um momento. Aquela pergunta fez seu coração acelerar, mas a resposta estava clara dentro dela. Ela sentia o mesmo. Mas a realidade era difícil de aceitar.

— Eu não posso perder minha carreira... a confiança das pessoas. Não posso... — Cláudia começou a dizer, mas Isabela a interrompeu.

— E se você perder o que mais importa, que é a sua verdade? A gente pode enfrentar tudo. Juntas. Vamos enfrentar isso, Cláudia.

As palavras de Isabela eram como um raio, iluminando o caminho escuro diante delas. Cláudia sabia que não poderia continuar vivendo em duas realidades, como se fosse possível manter a fachada e, ao mesmo tempo, viver um amor verdadeiro. Ela não poderia viver para agradar aos outros, se isso significasse negar sua própria felicidade.

Com um suspiro profundo, Cláudia finalmente olhou para Isabela, e um sorriso tímido, mas decidido, apareceu em seus lábios.

— Então vamos. Se for para viver isso, vamos viver de verdade. Sem medo, sem mais hesitação.

**

O caminho a partir dali não seria fácil. No dia seguinte, Cláudia tomou a decisão de falar com a direção do hospital. Ela sabia que o ato de expor sua relação com Isabela poderia ser o fim de sua carreira, mas ao mesmo tempo, ela não poderia mais carregar o peso do segredo. O medo da perda era grande, mas a sensação de estar sendo fiel a si mesma era maior.

Quando a conversa com os superiores aconteceu, o silêncio foi profundo. Eles questionaram, discutiram as possíveis repercussões, mas Cláudia não vacilou. Estava disposta a enfrentar qualquer tempestade, porque seu amor por Isabela valia mais que qualquer título ou reconhecimento.

E quando Isabela soube da coragem de Cláudia, uma onda de alívio e gratidão a envolveu. Elas estavam, finalmente, livres para viver o que sentiam sem as amarras do medo. O julgamento dos outros era apenas uma parte da história. O que importava agora era o que elas construiriam juntas, sem mais segredos, sem mais correntes invisíveis.

**

O tempo passou, e o amor delas se fortaleceu. Enfrentaram desafios, olharam para o futuro com coragem e, ao contrário do que muitas pessoas imaginavam, não perderam tudo. Pelo contrário, conquistaram algo muito mais valioso: a liberdade de serem quem realmente eram, sem medo de se entregar ao que sentiam.

Em um dia de sol quente, Cláudia e Isabela estavam juntas no parque. Caminhavam de mãos dadas, sem se importar com os olhares alheios. O mundo ao redor era grande e barulhento, mas ali, naquele momento, nada mais importava.

O amor delas havia superado todas as barreiras. E agora, não havia mais nada que pudesse detê-las.



Capítulo 7 – O Futuro a Dois


Os meses seguintes foram como uma doce continuidade de tudo o que havia começado. Cláudia e Isabela foram tecendo, dia após dia, os fios do seu futuro, como se costurassem juntas um novo capítulo de suas vidas. A paixão e o companheirismo não eram apenas as bases de seu relacionamento, mas a alavanca que as fazia alcançar novas perspectivas de vida.


Elas finalmente estavam vivendo em sua própria casa. Um lar simples, mas acolhedor. Cada canto, cada detalhe, refletia quem eram: dois corações dispostos a viver o amor de maneira plena, sem medos ou limitações.


Cláudia, que antes passava tantas noites em claro se perguntando sobre as escolhas que fizera, agora olhava para o futuro com a tranquilidade de quem encontrou seu propósito. Isabela, com seu sorriso que iluminava os dias mais nublados, era a razão pela qual Cláudia acreditava que qualquer obstáculo poderia ser superado.


Em uma tarde de sábado, enquanto arrumavam a casa, Isabela entrou com um sorriso de orelha a orelha, segurando um envelope na mão.


— Olha o que eu encontrei na gaveta! — disse, agitada.


Cláudia se aproximou, curiosa, e Isabela entregou-lhe o envelope. Ao abrir, Cláudia viu que era o resultado dos exames ginecológicos que ela havia feito meses antes, antes de começarem sua jornada juntas. Ela havia esquecido completamente daquele momento tenso, mas, agora, com Isabela ao seu lado, ela sentia que a vida seguia num fluxo harmonioso.


— Está tudo bem, Cláudia. Está tudo bem — Isabela sussurrou, abraçando-a.


Cláudia olhou para o resultado dos exames, mas, mais importante que isso, olhou para o amor e a confiança que encontrou em Isabela. Aquela mulher que, no início, parecia ser apenas uma médica com um coração gentil, agora era seu tudo. O apoio, o alicerce, a parceira.


Isabela a olhou nos olhos, com uma seriedade de quem sabia que a vida estava oferecendo um momento único para ambas.


— Eu sempre soube, desde o primeiro momento em que te vi... você é mais forte do que imagina, Cláudia. E, por mais que o caminho tenha sido difícil, nós passamos por tudo isso juntas.


Cláudia sorriu, acariciando o rosto de Isabela. A voz de Isabela, com aquele toque suave e afetuoso, era tudo o que ela precisava para sentir que o mundo, finalmente, estava em equilíbrio.


— Eu não sei o que seria de mim sem você, Isabela. Você me deu a confiança que eu não sabia que existia em mim.


Isabela, com o olhar emocionado, se aproximou para beijá-la. Um beijo calmo, mas cheio de amor e cumplicidade, como um símbolo do novo começo delas.



---


A vida, com suas reviravoltas, trouxe à Cláudia a oportunidade de tomar decisões importantes. Ela havia sido chamada para ocupar uma posição de destaque no hospital, uma proposta que poderia significar uma grande virada em sua carreira. Mas, ao lado de Isabela, ela sentia que as prioridades haviam mudado. Não importava a posição, o reconhecimento ou o título. O que importava era o amor que compartilhavam.


Isabela, por sua vez, também tomou decisões importantes. Ela abriu um pequeno consultório, onde atendia suas pacientes com a mesma dedicação de antes, mas agora com um brilho diferente. Ela não só curava, mas também acolhia as histórias de mulheres como ela, que, muitas vezes, se viam perdidas ou desorientadas, como Cláudia um dia se sentiu.


Em uma noite tranquila, enquanto a lua cheia iluminava o céu, Cláudia e Isabela estavam na varanda, de mãos dadas, observando as estrelas. Elas não precisavam de palavras. O silêncio que as envolvia era suficiente. Sabiam que, a partir dali, o futuro que construíam juntas seria repleto de amor, aceitação e, principalmente, liberdade.


E foi naquela noite, sob o brilho da lua e o aconchego das estrelas, que elas prometeram que, independente de tudo, nunca mais se deixariam apagar uma da vida da outra. Juntas, tinham se encontrado, se libertado e, agora, se amavam de maneira mais profunda do que jamais imaginaram ser possível.


O recomeço delas, com toda sua intensidade e verdade, seria a história que elas contariam para o mundo. E, mais do que isso, seria a história que escreveriam a cada novo amanhecer, juntas.


Fim.




sexta-feira, 2 de maio de 2025

Nas Cartas do Destino


Nas Cartas do Destino



Capítulo 1 – O que dizem os olhos


Vivian sempre se considerou uma pessoa racional. Sempre acreditou que os sentimentos podiam ser controlados e que, se fosse o caso, podia distanciar-se de qualquer situação que a fizesse sentir demais. Mas quando Luh entrou em sua vida, tudo mudou. Luh, com seu sorriso leve e olhos que pareciam ser feitos de luz, penetrava em seus pensamentos sem esforço. Era uma amiga. Só isso. Ou era? Mas como afastar o que o coração insiste em gritar?


Vivian, confusa, procurou respostas que sua mente não poderia oferecer. E foi então que se lembrou de Aline, a cartomante que muitos falavam ser capaz de ler as cartas e os corações de quem passava por sua porta.


Aquela tarde abafada de quinta-feira parecia o cenário perfeito para uma decisão. Vivian caminhou pelas ruas apertadas da cidade, sentindo os batimentos de seu coração acelerados e inquietos. Ela sabia que se fosse em busca de respostas sobre Luh, poderia acabar se deparando com algo que nem sequer imaginava: o seu próprio coração desvendado.


Quando chegou ao portão verde de madeira, um letreiro dourado brilhou suavemente à luz do fim da tarde. “Aline – Cartomante, Intuição & Destino” estava inscrito com uma caligrafia fluida. Ela hesitou por um instante antes de empurrar o portão e entrar.


O aroma de lavanda e sândalo envolveu-a assim que pisou no interior da sala. O ambiente era acolhedor, com velas acesas que dançavam suavemente, refletindo luz sobre os cristais dispostos ao redor da sala. Mas foi a mulher à mesa que capturou toda a sua atenção.


Aline.


Os cabelos de Aline estavam soltos em uma trança frouxa, e seus olhos castanho-âmbar brilhavam como se guardassem segredos em seu fundo profundo. Vivian sentiu um arrepio recorrer sua espinha quando seus olhares se cruzaram. Havia algo nela que parecia mais do que uma simples cartomante. Era como se Aline pudesse ver sua alma, além da superfície.


— Boa tarde — disse Aline, com uma voz suave, mas firme. — Você veio por amor, não é?


Vivian parou, surpresa. Como ela sabia?


— Sim… eu… estou perdida — respondeu Vivian, hesitante, tentando esconder o turbilhão que se formava em seu peito.


Aline sorriu levemente, seus olhos nunca deixando os de Vivian.


— O coração fala antes das palavras, minha querida. Pode se sentar.


O gesto simples de Aline era uma mistura de calma e serenidade, mas Vivian não podia evitar sentir um calor crescente em seu peito. Algo ali estava além de cartas e previsões. Algo que desafiava tudo o que ela conhecia.


Aline começou a embaralhar as cartas com uma destreza encantadora. As cartas caíam suavemente, como se estivessem se alinhando a algo maior, a um destino que Vivian ainda não entendia.


— O que as cartas dizem? — Vivian perguntou, sua voz quase um sussurro.


Aline olhou para ela com intensidade.


— Elas dizem que você veio em busca de uma resposta, mas talvez encontre algo diferente… Talvez a resposta que você procura esteja em você mesma.


Vivian ficou em silêncio, sentindo-se desconcertada. O que queria mesmo? Sabia que a resposta sobre Luh não estava ali, mas havia algo em Aline, um magnetismo, uma calma que a atraía sem explicação. E, sem querer, Vivian se viu desejando mais do que as respostas sobre Luh. O que ela realmente queria era entender Aline.



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Capítulo 2 – Entre cartas e segredos


Os encontros com Aline se tornaram mais frequentes. Vivian sentia uma crescente atração por ela, algo que não conseguia esconder. Cada consulta, cada palavra trocada, aprofundava a conexão que ambas pareciam compartilhar. Mas o que tornava tudo mais complicado era o fato de Vivian tentar se enganar, buscando sempre as respostas sobre Luh enquanto a atração por Aline crescia como uma chama silenciosa.


Aline, por sua vez, nunca pressentiu nenhum desconforto nas palavras de Vivian. Ela apenas a escutava, como se estivesse lendo não as palavras, mas as emoções que emergiam de Vivian. As cartas eram apenas um veículo para tocar o coração das pessoas, mas o que mais fascinava Aline era o que ela via nas pessoas — e, especialmente, em Vivian.


Certa noite, após uma consulta onde nada mais foi dito além de olhares carregados de uma emoção que ambas tentavam esconder, Aline deixou cair uma carta. Quando Vivian se abaixou para pegá-la, seus dedos se tocaram por um instante. A eletricidade que percorreu o corpo de Vivian fez seu estômago dar voltas, e ela sabia que estava em apuros.


— O que está acontecendo comigo, Aline? — perguntou Vivian, quase em desespero. — Não posso… não posso me sentir assim.


Aline sorriu com suavidade, mas havia uma dor no fundo de seus olhos. Ela sabia o que Vivian estava sentindo, mas também sabia o quanto isso as afastava da realidade.


— Você está com medo, Vivian. Medo do que está crescendo dentro de você. O que quer que eu faça? Posso te ajudar, mas você precisa ser honesta consigo mesma.


Vivian olhou para Aline, e naquele momento não havia mais como negar. Havia algo entre elas que transcendia o destino das cartas. Algo que podia destruir ou construir algo novo. Mas ela não sabia como lidar com isso.




Capítulo 3 – Sentimentos entrelaçados


Com o tempo, as consultas se tornaram menos sobre as cartas e mais sobre os sentimentos. Vivian começou a se dar conta de que sua atração por Aline não era apenas uma curiosidade — era desejo. Aline também parecia sentir o mesmo, mas sempre manteve uma distância, como se soubesse que cruzar aquela linha significaria algo irreversível.


Numa noite silenciosa, enquanto uma tempestade caía lá fora, Aline finalmente quebrou o silêncio.


— Eu sei o que você está sentindo, Vivian. Não é só você que está lutando contra isso. Eu também. E é por isso que preciso que você escolha. Se você não quiser mais, posso ir embora, deixar tudo isso para trás. Mas, se escolher seguir adiante, vamos precisar ser verdadeiras uma com a outra.


Vivian não sabia o que fazer. Seu coração estava dividido, mas havia uma chama em seu peito que não poderia mais ser apagada. Então, finalmente, ela se aproximou de Aline, seus lábios tremendo antes de tocar os dela. O beijo foi suave no início, mas logo se transformou em algo mais intenso, mais urgente, como se ambas soubessem que a decisão já estava tomada.






Capítulo 4 – O aviso e o reflexo


Após o beijo, Vivian e Aline começaram a explorar sua conexão de forma silenciosa, quase como se estivessem vivendo um segredo só delas. O toque furtivo, o olhar trocado, os silêncios compartilhados se tornaram a base do que estava nascendo. Mas, apesar do desejo inegável, havia algo mais, algo que Aline não conseguia deixar de lado: o passado.


Numa tarde chuvosa, enquanto Vivian preparava chá para as duas, Aline finalmente tocou no que estava por vir. A voz de Aline, normalmente serena e cheia de confiança, estava agora tingida com uma sombra que Vivian não reconhecia.


— Há algo que preciso contar, Vivian. Algo do meu passado que… bem, que nos afetará de uma forma que não posso prever.


Vivian parou de mexer na xícara, seus olhos fixos em Aline, percebendo pela primeira vez a vulnerabilidade que ela escondia tão bem. O medo estava ali, nos olhos de Aline, algo que ela nunca havia mostrado.


— O que está acontecendo, Aline? — perguntou Vivian, a preocupação tomando conta de sua voz. — Você está me assustando.


Aline respirou fundo, como se estivesse se preparando para enfrentar uma tempestade interna. E talvez fosse isso. Ela sabia que o passado tinha o poder de destrui-las. Sabia que o homem que apareceu agora, no meio de tudo o que estava construindo, era mais do que uma lembrança. Era Rafael.


— Rafael… Ele está de volta — disse Aline, a voz tremendo levemente. — Ele foi meu amor antes de você. E ele tem um jeito de manipular as pessoas, de se infiltrar nas suas vidas de uma forma sutil, até que você não consiga mais ver onde ele começa e onde você termina. Ele… ele nunca aceitou que eu o deixasse.


Vivian sentiu um frio percorrrer sua espinha. O nome de Rafael tinha um peso. Ele não era só um ex-namorado, mas uma sombra que ameaçava qualquer possibilidade de felicidade que Aline pudesse ter. Aline sempre falara dele com um tom de cautela, mas nunca com tanto medo.


— O que ele quer? — perguntou Vivian, já imaginando que a resposta não seria simples.


— Ele quer me destruir. Ele quer destruir nós duas — Aline respondeu, os olhos escurecendo. — Ele tem um poder sobre mim que eu não sei como controlar, e ele vai usar isso para nos separar, para me destruir.


Vivian não sabia como reagir. Ela tinha o desejo de abraçar Aline, de protegê-la, mas a ameaça de Rafael parecia maior do que qualquer sentimento que ela tivesse por Aline.


O olhar de Aline se suavizou quando ela percebeu o pânico nos olhos de Vivian. A cartomante sabia que, apesar de todo o medo que Rafael causava, havia algo mais importante que precisava ser feito.


— Não tenha medo, Vivian — disse Aline, com uma confiança renovada. — Vamos superar isso juntas. Mas você precisa estar preparada. Rafael não vai desistir.


Vivian, embora assustada, sentiu algo dentro de si despertar. Aline estava disposta a lutar por elas. E ela também estava.





Capítulo 5 – O confronto e a dor


As semanas seguintes foram um turbilhão de emoções. A presença de Rafael pairava como uma nuvem negra sobre elas. Ele começava a se infiltrar na vida de Aline de forma sutil, como ela havia previsto. Mensagens enigmáticas, telefonemas não atendidos e, por fim, encontros inesperados. Ele parecia aparecer sempre quando Vivian não estava por perto, o que aumentava ainda mais o desconforto e a tensão.


Em um daqueles encontros, Rafael se apresentou à porta de Aline com um sorriso gelado. Ela não o convidou para entrar, mas ele não precisava de permissão para estar lá. Ele já conhecia o caminho.


— Eu sabia que você não resistiria, Aline — ele disse, seus olhos frios fixos nela. — Eu sempre soube que, no fundo, você ainda me queria.


Aline, de pé na porta, sentiu a pressão crescer dentro de si. Ela sabia o que Rafael podia fazer. Sabia como ele conseguia manipular as pessoas, como conseguia envenenar seus corações com palavras doces e promessas vazias.


— Você não pode mais me controlar, Rafael. Não vai mais me destruir — ela respondeu, tentando manter a firmeza em sua voz, mas sentindo que ele a estava forçando a reviver algo que ela preferia deixar para trás.


— Ah, mas você se esqueceu, Aline. Você nunca me deixou de verdade — ele disse, se aproximando de forma ameaçadora. — Eu sei o que você tem, sei o que você quer. E vou tirar isso de você. A vida que você tenta construir, o amor que você tenta ter, tudo isso vai desaparecer, como sempre desapareceu.


Vivian, que havia se aproximado sem ser vista, não suportou mais. Ela não podia permitir que Aline ficasse sozinha naquela situação. Correndo até a porta, ela se posicionou entre Aline e Rafael, enfrentando-o com uma coragem que mal sabia que possuía.


— Você não vai fazer nada. Ela não está sozinha — Vivian disse, com a voz firme, ainda que seu corpo tremesse.


Rafael olhou para ela com um sorriso maligno. Mas, naquele momento, algo aconteceu. Aline, ao lado de Vivian, se sentiu mais forte. Ela não estava mais sozinha. Vivian estava com ela. Juntas, elas poderiam enfrentar qualquer coisa.


Rafael, percebendo que não tinha mais o controle sobre Aline, simplesmente virou-se e saiu, sem palavras, como uma tempestade que passava sem deixar vestígios.





Capítulo 6 – O renascimento


O confronto com Rafael foi um divisor de águas para Vivian e Aline. O medo que as consumia nas semanas anteriores deu lugar a algo mais forte. Algo renovador. Elas haviam enfrentado a tempestade e saído vitoriosas, mas o preço pago ainda estava presente. O passado de Aline, assim como os fantasmas que Rafael trouxe, não poderia ser apagado com um simples gesto.


Porém, naquele momento, o amor entre Vivian e Aline parecia mais firme do que nunca. Elas estavam prontas para construir algo que fosse delas, sem o peso do passado.


Aline, que antes hesitava em se entregar totalmente a Vivian, agora estava disposta a arriscar tudo. Ela sabia que não havia mais espaço para o medo. Juntas, elas poderiam vencer qualquer coisa. O futuro, agora, parecia promissor.





Epílogo – O legado da escolha


Anos se passaram, e a vida de Vivian e Aline floresceu. Elas estavam juntas, não apenas como amantes, mas como parceiras espirituais, compartilhando uma jornada de crescimento e autodescoberta. Aline, agora uma mulher livre, havia finalmente deixado para trás o peso de Rafael e de todas as sombras que ele trouxe.


Vivian e Aline abriram juntas uma loja de artigos esotéricos, onde também realizavam leituras de cartas. Elas se tornaram conhecidas pela sinceridade e pela habilidade de guiar as pessoas para a verdade de seus corações.


O passado de Aline e os desafios que elas enfrentaram se tornaram histórias contadas ao redor de uma mesa de chá, como lições sobre a importância de se manter fiel ao que se acredita e ao que se ama. Vivian e Aline, agora mais fortes do que nunca, sabiam que o futuro ainda tinha muito a oferecer, mas que, enquanto estivessem juntas, nada poderia separá-las.


O destino que uma vez as havia unido nas cartas agora era apenas o reflexo de uma vida que elas construíram com coragem, amor e, principalmente, confiança.


Marta Marinho.


https://youtu.be/UIEYMn7HoOI?si=LJ2Qk_ojwKX4Q7t9




Nas cartas do destino


 


Nas Cartas do Destino
Capítulo 1 – O que dizem os olhos

Era uma tarde abafada de quinta-feira quando Vivian decidiu ir até a cartomante. Caminhava pelas ruas estreitas da cidade com o coração descompassado, como se pressentisse que aquele encontro mudaria algo – embora nem ela soubesse exatamente o quê.

Tudo começou com Luh.

Luh, com seu sorriso aberto e jeito leve, havia se tornado uma presença constante na vida de Vivian. Amizade, diziam. Mas o coração de Vivian pulsava diferente quando ela chegava perto, e o toque breve da amiga em seu braço deixava ecos que duravam o dia inteiro.

Ela precisava saber. Precisava entender se havia algo entre elas ou se era só sua mente criando fantasias para não encarar a solidão.

E foi assim que chegou ao portão verde de madeira, onde um letreiro em tinta dourada dizia: “Aline – Cartomante, Intuição & Destino”.

Ao entrar, foi recebida por um aroma de lavanda e sândalo. A sala era aconchegante, cheia de cristais e velas acesas. Mas nada disso a impactou tanto quanto os olhos da mulher que a aguardava sentada à mesa.

Aline.

Ela tinha cabelos longos e escuros, presos em uma trança solta, e olhos de um castanho âmbar que pareciam saber segredos. Um sorriso discreto surgiu em seus lábios ao ver Vivian entrar.

— Boa tarde — disse Aline, com uma voz firme e doce ao mesmo tempo. — Pode se sentar. Você veio por amor, não é?

Vivian ficou sem ar por um segundo. Como ela sabia?

— Sim… eu… é complicado — disse, tentando não parecer vulnerável demais.

Aline assentiu e começou a embaralhar as cartas com uma calma encantadora.

— Não se preocupe. O coração fala antes das palavras.

Vivian não sabia o que estava mais inquieto: o desejo de descobrir se Luh correspondia a seus sentimentos ou o jeito como Aline a olhava, como se enxergasse além da pele, além da razão.

As cartas foram dispostas em forma de cruz. Aline olhava cada uma com atenção, mas, de tempos em tempos, seu olhar voltava para Vivian. E ali, naquele instante, Vivian sentiu algo inesperado: uma pontada quente no peito, como se estivesse sendo lida por dentro.

— O que as cartas dizem? — perguntou, quase num sussurro.

Aline levantou os olhos, serena.

— Elas dizem que você veio aqui por uma resposta… mas talvez encontre outra.

Vivian não sabia explicar. Mas, de repente, Luh parecia mais distante do que nunca. E Aline, ali tão perto, tão presente… era como um novo enigma que ela ainda queria decifrar.

E talvez, no fundo, ela não quisesse mais respostas sobre o passado. Talvez fosse hora de olhar para o que estava nascendo ali — entre as cartas e os olhos profundos da cartomante.

Desculpe pela confusão anterior! Aqui está a história completa de "Nas Cartas do Destino" com todos os capítulos que desenvolvi para você, incluindo o epílogo:


Capítulo 2 – Entre cartas e segredos


Durante as consultas, Vivian começou a passar mais tempo com Aline, o que a fez descobrir o poder que as cartas exerciam sobre ela. Mas, ao contrário de Aline, que usava o baralho para guiar suas decisões, Vivian sentia que as cartas só a confundiam mais.


O que realmente atraía Vivian não era o poder de Aline de prever o futuro, mas a suavidade e a certeza com que ela guiava aqueles que a procuravam. Ela nunca se apressava, nunca falava demais — apenas escutava e ajudava a enxergar o que estava oculto. Isso fez Vivian questionar se, talvez, o que ela realmente procurava não era o amor de Luh, mas algo muito mais profundo, algo que estava nas cartas de Aline.




Capítulo 3 – Sentimentos entrelaçados


Foi em uma dessas consultas que Vivian não apenas procurou saber sobre os sentimentos de Luh, mas também questionou as próprias emoções. Aline, com um olhar sagaz, percebeu o conflito interno de Vivian, e sem pressa, revelou algo inesperado: o amor que Vivian buscava não estava nas cartas, mas na forma como ela se via diante de Aline.


Vivian, sem entender totalmente o que estava acontecendo, foi tomada por uma sensação de desejo — não só por Luh, mas por Aline também. As cartas estavam apenas ajudando a desvendar o que ela mais temia: sua atração por Aline.




Capítulo 4 – Ecos da escolha


Após a revelação, Vivian se viu em um dilema. Aline também parecia ter sentido a mesma atração, mas ambas estavam envolvidas em um jogo de negação. Mas, finalmente, quando as palavras foram ditas, não havia mais espaço para dúvidas.


Elas se entregaram a um romance silencioso, onde os gestos, os olhares e o toque eram mais reveladores do que qualquer palavra ou carta. Porém, nem tudo era simples. O passado de Aline, com Rafael, um homem do seu passado que ainda rondava sua vida, logo começaria a assombrar o relacionamento delas.





Capítulo 5 – O que floresce no silêncio


As semanas seguintes foram como um jardim em flor. Vivian passou a entender a rotina de Aline, e com isso, começou a conhecer o mundo esotérico que ela tanto amava. Mas o destino não se mostrou tão suave. Algo escuro se aproximava, e o medo pairava no ar. Aline havia sonhado com uma onda negra, um presságio de algo que se aproximava. Algo que testaria a força do amor entre as duas.





Capítulo 6 – O aviso e o reflexo


As pequenas ocorrências estranhas começaram a acontecer: plantas que murchavam sem explicação, espelhos que caíam misteriosamente, e o desaparecimento de um baralho de tarô. Aline sabia que algo estava por vir, mas o que mais a assustava era que o perigo estava ligado ao passado de Rafael, alguém que havia jurado se vingar de Aline.


Vivian, embora cética, sentiu a presença da sombra, e na noite em que Rafael apareceu à porta, o confronto parecia inevitável.





Capítulo 7 – A sombra que tem nome


Rafael, um homem do passado de Aline, voltou com a intenção de destruir o vínculo que elas haviam formado. Ele queria destruir Aline, tomar sua luz, e afastar Vivian. Mas as duas estavam preparadas. Com a ajuda de rituais e do baralho, conseguiram repelir a presença de Rafael. A batalha não foi de força física, mas de mente e espírito, e, no final, Rafael desapareceu, derrotado.



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Capítulo 8 – A chama desperta


O confronto deixou suas marcas, mas também fortaleceu o vínculo entre Vivian e Aline. Vivian descobriu um poder que sempre existira dentro dela, e a conexão delas se aprofundou. Elas se tornaram não só amantes, mas também parceiras espirituais, compartilhando sua jornada pela vida e pelo mundo esotérico.




Epílogo – O legado da escolha


Anos se passaram, e a casa de Aline, antes marcada por uma tensão invisível, agora transbordava de vida. Vivian e Aline haviam transformado seu trabalho em algo que as conectava com outras pessoas, e sua relação florescia cada vez mais. Rafael nunca mais apareceu, mas elas sabiam que a sombra do passado nunca desapareceria completamente.


Elas escolheram ser felizes juntas, e o destino, agora, era o que elas deci

diam ser.





Entre jalecos e desejos

 




Título: ENTRE JALECOS E DESEJOS – UMA NOVELA 

Autora: Marta Marinho


Capítulo 1 – O Primeiro Dia


Era para ser apenas mais um dia comum. Eloise, exausta depois de uma longa jornada de trabalho noturno, lutava contra o cansaço enquanto corria para não perder o primeiro dia de estágio. Seus olhos ardiam, o corpo pesava, mas a mente estava alerta — ela não podia se dar ao luxo de faltar. O estágio era decisivo. Apenas duas faltas poderiam comprometê-la e fazê-la repetir o último período da faculdade de farmácia. E isso, ela não suportaria.


Quando chegou ao laboratório, a porta já estava fechada. Seu coração disparou. O atraso era inevitável — três ônibus, trânsito, exaustão. Mas desistir nunca foi opção para Eloise. Ela respirou fundo, ajeitou os cabelos com as mãos trêmulas e bateu na porta.


Dois colegas surgiram e chamaram sua supervisora: Bárbara. Quando a mulher surgiu, toda paramentada com touca, máscara e jaleco, Eloise só pôde ver seus olhos castanhos profundos e as sobrancelhas perfeitamente desenhadas. Bárbara a observou com atenção, lendo seu nervosismo como se tivesse um dom para isso.


— Calma, Eloise. Respira. Vai dar tudo certo — disse, com voz doce e firme. Pegou na mão de Eloise, como quem acolhe e acalma ao mesmo tempo.


Num gesto cuidadoso, levou-a até sua sala. Lá, ofereceu-lhe touca, máscara, jaleco — e paz. Escutou sua história com empatia rara, dizendo que entendia, pois também já fora estudante e sabia como era difícil equilibrar trabalho e estudos. Eloise sentiu, naquele momento, uma conexão diferente. Não era só gratidão. Era algo mais. Algo que se instalava no peito, discreto, mas impossível de ignorar.


Capítulo 2 – Sinais


A partir daquele dia, Eloise passou a ser recebida com entusiasmo. Bárbara fazia questão de anunciar sua chegada, como se o estágio só começasse quando ela chegava. O toque em seu ombro, os sorrisos constantes, os elogios sutis, o cuidado... Tudo parecia especial.


Mas só ela? Seria isso apenas gentileza?


As dúvidas começaram a assombrá-la quando ouviu os colegas comentando que Bárbara era distante e rígida com todos — menos com ela. “Você não percebeu? Ela só é assim com você”, disseram.


Eloise passou a observar. Os olhos de Bárbara buscavam os seus com freqüência. Os toques pareciam mais demorados. As palavras, mais doces. Sentia um frio na barriga toda vez que a supervisora se aproximava. O coração apertava de saudade nos dias em que não a via. Começou a seguir Bárbara no Instagram, passou a reparar nos mínimos detalhes: o sorriso, os gostos, as postagens. E, quando viu, estava completamente envolvida.


Até que um dia, no laboratório, entre frascos e fórmulas, Bárbara se aproximou, sentiu o perfume de Eloise e sussurrou:


— Seu cheiro... é viciante.


Chegou perto, muito perto, e a beijou. Um beijo urgente, terno, cheio de desejo contido. Ali, o mundo parou. Não havia mais estágio, não havia mais regras. Apenas duas mulheres presas num instante proibido e irresistível.


Capítulo 3 – Descobertas


O beijo aconteceu num instante tão breve quanto eterno. Eloise mal conseguia acreditar. Seus lábios ainda ardiam, o coração batia como se quisesse escapar do peito, e Bárbara… Bárbara a olhava com os olhos de alguém que atravessou um limite — e não queria voltar.


— Eu não devia — sussurrou Bárbara, afastando-se alguns passos, sem conseguir encarar Eloise diretamente.


— Mas quis — respondeu Eloise, com a voz baixa, embargada por uma coragem que nem sabia que possuía.


Nos dias seguintes, o laboratório virou campo minado. Os olhares entre as duas eram como flechas invisíveis, carregadas de desejo, culpa, medo e… saudade. Eloise sentia o peso da responsabilidade. A linha entre ética e emoção era fina e perigosa — mas como conter algo que parecia maior do que as duas?


Bárbara tentava manter a distância. Dizia a si mesma que precisava protegê-las, que não podia se envolver com uma estagiária, que era contra os princípios dela, contra o regulamento da empresa, contra tudo. Mas cada vez que Eloise aparecia, com aquele sorriso suave, com a determinação nos olhos, com aquela essência única… tudo desmoronava.


Até que, numa tarde chuvosa, ficaram sozinhas na farmácia de manipulação. A energia caiu por alguns segundos, deixando-as no escuro, apenas com o som das gotas de chuva martelando o telhado metálico.


— Por que você veio para minha vida agora? — perguntou Bárbara, com a voz carregada de emoção. — Eu lutei tanto para chegar onde estou… Eu me escondi por tanto tempo…


— Eu também escondi muita coisa. Mas talvez… talvez seja hora de parar de fugir.


Beijaram-se novamente, dessa vez com a dor acumulada de dias de distância e o alívio de finalmente se renderem ao que sentiam.


Capítulo 4 – Receita do Amor


As semanas seguintes foram um misto de euforia e tensão. Eloise acordava com mensagens doces e dormia com a lembrança dos beijos apressados nas escadas de emergência. Bárbara, sempre tão contida, mostrava agora um lado mais vulnerável — ria mais, confiava mais, se permitia sonhar.


Mas o que era doce demais, cedo ou tarde, chama atenção.


Foi num sábado de plantão, quando um frasco caiu das mãos trêmulas de Eloise após Bárbara encostar-lhe os dedos, quase imperceptivelmente, na cintura. O barulho do vidro quebrando atraiu Luana, a farmacêutica responsável do turno. Os olhos dela captaram mais do que o acidente. Captaram o olhar entre as duas. O silêncio cúmplice. A energia elétrica que pairava no ar.


Na segunda-feira, Bárbara foi chamada à sala da diretoria.


— Descobriram — disse, com os olhos vermelhos. — Pedi para que não te prejudiquem. Assumi tudo. Disse que fui eu quem... quem ultrapassou os limites.


— Você vai ser demitida?


— Ainda não sei. Mas vão abrir um processo interno. E… talvez seja melhor a gente parar.


— Se eu me afastar… não é porque quero. É porque preciso.


Eloise passou os dias seguintes como um fantasma. Até que, na véspera do fim do estágio, encontrou uma caixinha no armário. Dentro, havia uma fórmula manuscrita:


"Coragem: 10 mg Desejo: 50 mg Saudade: 100 mg Futuro: dose única, em mãos dadas."


E um recado: "Se ainda me quiser… estarei esperando no lugar de sempre, às 19h. B."


Ela correu sob a chuva da noite. E lá estava Bárbara. Na praça escondida atrás da farmácia. De braços abertos.


E, naquele instante, o mundo inteiro podia desabar. Porque, entre jalecos e desejos, o amor já havia vencido.


Epílogo – O Recomeço


Meses depois, Eloise se formou com mérito e um novo brilho nos olhos. Bárbara, afastada temporariamente do cargo, retomou sua carreira com coragem renovada. As duas decidiram se dar uma chance fora dos muros da farmácia, longe das sombras do segredo.


Abriram juntas uma pequena farmácia de manipulação. Um lugar onde a ciência e o amor convivem lado a lado. Onde cada fórmula carrega mais do que propriedades químicas — carrega histórias.


E entre jalecos e desejos, construíram uma vida. Uma vida feita de respeito, de afeto, de escolhas valentes

Porque, no fim das contas, o amor não precisa ser escondido. Precisa ser vivido.



Entre jalecos e desejos




 

Era para ser apenas mais um dia comum. Eloise, exausta depois de uma longa jornada de trabalho noturno, lutava contra o cansaço enquanto corria para não perder o primeiro dia de estágio. Seus olhos ardiam, o corpo pesava, mas a mente estava alerta — ela não podia se dar ao luxo de faltar. O estágio era decisivo. Apenas duas faltas poderiam comprometê-la e fazê-la repetir o último período da faculdade de farmácia. E isso, ela não suportaria.

Quando chegou ao laboratório, a porta já estava fechada. Seu coração disparou. O atraso era inevitável — três ônibus, trânsito, exaustão. Mas desistir nunca foi opção para Eloise. Ela respirou fundo, ajeitou os cabelos com as mãos trêmulas e bateu na porta.

Dois colegas surgiram e chamaram sua supervisora: Bárbara. Quando a mulher surgiu, toda paramentada com touca, máscara e jaleco, Eloise só pôde ver seus olhos castanhos profundos e as sobrancelhas perfeitamente desenhadas. Bárbara a observou com atenção, lendo seu nervosismo como se tivesse um dom para isso.

— Calma, Eloise. Respira. Vai dar tudo certo — disse, com voz doce e firme. Pegou na mão de Eloise, como quem acolhe e acalma ao mesmo tempo.

Num gesto cuidadoso, levou-a até sua sala. Lá, ofereceu-lhe touca, máscara, jaleco — e paz. Escutou sua história com empatia rara, dizendo que entendia, pois também já fora estudante e sabia como era difícil equilibrar trabalho e estudos. Eloise sentiu, naquele momento, uma conexão diferente. Não era só gratidão. Era algo mais. Algo que se instalava no peito, discreto, mas impossível de ignorar.

A partir daquele dia, Eloise passou a ser recebida com entusiasmo. Bárbara fazia questão de anunciar sua chegada, como se o estágio só começasse quando ela chegava. O toque em seu ombro, os sorrisos constantes, os elogios sutis, o cuidado... Tudo parecia especial.

Mas só ela? Seria isso apenas gentileza?

As dúvidas começaram a assombrá-la quando ouviu os colegas comentando que Bárbara era distante e rígida com todos — menos com ela. “Você não percebeu? Ela só é assim com você”, disseram.

Eloise passou a observar. Os olhos de Bárbara buscavam os seus com frequência. Os toques pareciam mais demorados. As palavras, mais doces. Sentia um frio na barriga toda vez que a supervisora se aproximava. O coração apertava de saudade nos dias em que não a via. Começou a seguir Bárbara no Instagram, passou a reparar nos mínimos detalhes: o sorriso, os gostos, as postagens. E, quando viu, estava completamente envolvida.

Até que um dia, no laboratório, entre frascos e fórmulas, Bárbara se aproximou, sentiu o perfume de Eloise e sussurrou:

— Seu cheiro... é viciante.

Chegou perto, muito perto, e a beijou. Um beijo urgente, terno, cheio de desejo contido. Ali, o mundo parou. Não havia mais estágio, não havia mais regras. Apenas duas mulheres presas num instante proibido e irresistível.

O beijo aconteceu num instante tão breve quanto eterno. Eloise mal conseguia acreditar. Seus lábios ainda ardiam, o coração batia como se quisesse escapar do peito, e Bárbara… Bárbara a olhava com os olhos de alguém que atravessou um limite — e não queria voltar.


— Eu não devia — sussurrou Bárbara, afastando-se alguns passos, sem conseguir encará-la diretamente.


— Mas quis — respondeu Eloise, com a voz baixa, embargada por uma coragem que nem sabia que possuía.


Nos dias seguintes, o laboratório virou campo minado. Os olhares entre as duas eram como flechas invisíveis, carregadas de desejo, culpa, medo e… saudade. Eloise sentia o peso da responsabilidade. A linha entre ética e emoção era fina e perigosa — mas como conter algo que parecia maior do que as duas?


Bárbara tentava manter a distância. Dizia a si mesma que precisava protegê-las, que não podia se envolver com uma estagiária, que era contra os princípios dela, contra o regulamento da empresa, contra tudo. Mas cada vez que Eloise aparecia, com aquele sorriso suave, com a determinação nos olhos, com aquela essência única… tudo desmoronava.


Até que, numa tarde chuvosa, ficaram sozinhas na farmácia de manipulação. A energia caiu por alguns segundos, deixando-as no escuro, apenas com o som das gotas de chuva martelando o telhado metálico. Eloise, com os sentidos aguçados, sentiu a aproximação de Bárbara.


— Por que você veio para minha vida agora? — perguntou Bárbara, com a voz carregada de emoção. — Eu lutei tanto para chegar onde estou… Eu me escondi por tanto tempo…


Eloise tocou sua mão no escuro, encontrando-a com precisão.


— Eu também escondi muita coisa. Mas talvez… talvez seja hora de parar de fugir.


Bárbara puxou-a para um abraço que virou refúgio. Um abrigo contra a tempestade — dentro e fora do prédio. Beijaram-se novamente, dessa vez com a dor acumulada de dias de distância e o alívio de finalmente se renderem ao que sentiam.


A partir dali, viveram um amor tão intenso quanto secreto. Trocaram mensagens criptografadas, esbarrões calculados nos corredores, encontros rápidos fora do horário, onde podiam ser apenas duas mulheres apaixonadas.


Mas o destino, implacável, não deixaria barato…


Ótimo! Vou continuar com a terceira parte, onde o romance entre Eloise e Bárbara é descoberto, trazendo conflitos, escolhas difíceis e ainda mais emoção — sem perder a delicadeza do sentimento entre elas. Aqui vai:



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Entre Jalecos e Desejos — Parte 3


As semanas seguintes foram um misto de euforia e tensão. Eloise acordava com mensagens doces e dormia com a lembrança dos beijos apressados nas escadas de emergência. Bárbara, sempre tão contida, mostrava agora um lado mais vulnerável — ria mais, confiava mais, se permitia sonhar.


Mas o que era doce demais, cedo ou tarde, chama atenção.


Foi num sábado de plantão, quando um frasco caiu das mãos trêmulas de Eloise após Bárbara encostar-lhe os dedos, quase imperceptivelmente, na cintura. O barulho do vidro quebrando atraiu Luana, a farmacêutica responsável do turno. Os olhos dela captaram mais do que o acidente. Captaram o olhar entre as duas. O silêncio cúmplice. A energia elétrica que pairava no ar.


Na segunda-feira, Bárbara foi chamada à sala da diretoria.


Eloise esperou, ansiosa, com os batimentos no pescoço. Quando Bárbara saiu, seus olhos estavam vermelhos.


— Descobriram.


A voz dela soou como uma sentença.


— Eu pedi para que não te prejudiquem. Assumi tudo. Disse que fui eu quem... — a voz falhou. — Quem ultrapassou os limites.


Eloise sentiu o mundo girar.


— Você vai ser demitida?


— Ainda não sei. Mas vão abrir um processo interno. E… talvez seja melhor a gente parar.


A frase caiu como gelo entre elas. Mas antes que Eloise pudesse reagir, Bárbara tocou seu rosto com as duas mãos e murmurou:


— Se eu me afastar… não é porque quero. É porque preciso.


E se foi.



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Eloise passou os dias seguintes como um fantasma. O laboratório parecia vazio, mesmo cheio. Os aromas das fórmulas, antes tão vivos, perderam o sabor. A saudade era física — doía no corpo, pesava nos ombros.


Até que, na véspera do fim do estágio, encontrou uma caixinha no armário. Dentro, havia uma fórmula manuscrita em papel antigo, como as que usavam no início. Mas em vez de princípios ativos, os ingredientes eram outros:


"Coragem: 10 mg

Desejo: 50 mg

Saudade: 100 mg

Futuro: dose única, em mãos dadas."


E embaixo, um recado:


"Se ainda me quiser… estarei esperando no lugar de sempre, às 19h.

B."


O coração de Eloise disparou.



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Ela correu sob a chuva da noite, sem jaleco, sem máscara, sem medo.


E lá estava Bárbara. Na praça escondida atrás da farmácia. De braços abertos.


Elas se abraçaram como quem encontra abrigo no fim da guerra. E, naquele instante, o mundo inteiro podia desabar.


Porque, entre jalecos e desejos, o amor já havia vencido.



Marta Marinho 


sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Helena e Renata

Renata acordava cedo pra ir trabalhar mas antes de ir trabalhar ela deixava seu marido e filhas dormindo pra ir academia assim que academia abria fazia 40 minutos de exercícios físicos e voltava para casa para fazer o café da manhã para sua família e o almoço levava as filhas pra escola e ia trabalhar pegava o ônibus todos os dias 7 horas da manhã a viagem era longa e cansativa para começar sua jornada de trabalho e largava as 17:30 onde ela iria pegar o ônibus para voltar pra sua casa, chegando na parada de ônibus ela avistou uma mulher linda cabelos longos preto, estatura média e corpo lindo aqueles corpos de tirar o fôlego, ela olhou pra essa mulher linda e perguntou se o ônibus da linha tal já tinha passado essa mulher era Helena que olhou ora Renata e disse não eu também estou esperando ele faz meia hora que estou aqui e até agora não passou aí começaram a conversar que o ônibus estava atrasado e Helena disse chegarei atrasada no meu trabalho e Renata perguntou você trabalha onde ela disse na cidade onde Renata morava o ônibus chegou e as duas entraram e continuaram a conversa Renata falou que era casada tinha duas filhas e que seu marido trabalhava numa fábrica perto de onde elas moravam falou que estava cansada acordou bastante cedo pra deixar tudo pronto e quando chegasse em casa teria que limpar a casa, fazer a janta, fazer o almoço do outro dia e a rotina era puxada, já Helena falou que não era casada, mas estava estudando pra concurso, fazia atividades físicas gostava de correr, pedalar a conversa fluiu de um jeito que as duas pareciam amigas de longas data. O ônibus chegou na cidade de Renata, Renata desceu e 10min depois Helena desceu para ir trabalhar. No outro dia Helena largou e foi para o ponto do ônibus ficou esperando o ônibus quando ela entrou no ônibus estava Renata que chamou Helena para sentar junto dela e começaram a conversar, Renata falou que tinha treinado pernas e mostrou suas pernas para Helena, Helena olhou as pernas de Renata e elogiou as pernas de Renata muito linda torneada ainda Renata mandou ela tocar nas suas pernas e ela tocou então as duas ficaram mostrando os braços, pernas, barriga uma pra outra mostrando a evolução conversaram tanto que não viram nem a hora passar e as duas desceram na mesma parada resolveram trocar whatsapp, e continuaram as conversas falavam sobre tudo família, receitas, academia. E todos os dias elas se encontravam na parada ou dentro do ônibus. Começaram a se seguir nas redes sociais e se stalkeando uma a outra, foi então que um dia as duas resolveram fazer um programa juntas ir na praia marcaram de ir na praia tomar uma cerveja um programa de meninas e na praia Renata olhou pra Helena com uma olhar diferente suas respiração ficou diferente, Helena de biquíni aquele corpo perfeito que Renata começou a desejar só que Renata era casada com um homem tinha suas duas filhas, ficou sem saber porque estava sentindo algo estranho, quando Helena a abraçou pra cumprimentar Renata, Renata sentiu algo diferente no meio de suas pernas, preferiu tomar um banho de mar , para vê se as coisas nela iria se acalmar, depois voltou sentou na cadeira pegou uma gelada, peixinho frito e começou a conversa com ela que o dia estava maravilhoso, foi então que Helena elogiou Renata dizendo que tinha observado Renata tomando banho e ela tava com um corpo muito lindo  que nem parecia que ela tinha tido duas crianças e Renata retribuiu o elogio dizendo que achava Helena muito linda não só o físico, mas o intelectual e tudo mais. Renata já tinha bebido umas 5 cervejas e era fraca pra bebida resolveu perguntar algo pra Helena. Renata perguntou se ela tinha alguém se namorava. Foi então que Helena disse que estava solteira e que gostava de mulheres. Renata respirou fundo e agiu de forma natural, quando Renata voltou pra casa para  sua família e ela não acreditava no que ocorreu com seu corpo era algo muito estranho e ficou com imagem de Helena de biquíni na sua cabeça, o marido de Renata foi trabalhar , Renata colocou as crianças para dormir e foi para o seu quarto que estava sozinha recebeu uma mensagem de Helena dizendo que tinha adorado o dia e que queria fazer mais vezes o dia das meninas assim, Renata respondeu que tinha amado o dia e que não esperava para outros. Renata pegou no sono e sonhou beijando Helena na boca ela acordou estava sozinha, mas estava pensando na Helena e ela sentiu muito molhada e começou a se tocar pensando na Helena e Gozou ela já tinha notado que tava gostando de Helena e queria muito Helena. No outro dia a tarde As duas se encontraram na parada de Ônibus se abraçaram e sorriram o ônibus chegou as duas entraram e sentaram na última cadeira, Renata estava com uma mistura de desejo e medo e o ônibus estava com poucas pessoas o motorista desligou as luzes do ônibus e elas começaram a conversar e Helena colocou a sua mão nas pernas de Renata e começou a alisar Renata olhou pra ela e sorriu, foi então que Helena sentiu Renata abrindo um pouco as pernas e a respiração de Renata mudar, Helena viu que o ônibus tinha poucas pessoas mais na frente do lado não tinha ninguém, e falou no ouvido de Renata posso fazer algo diferente em você, Renata balançou a cabeça que sim, e Helena colocou a mão debaixo da saia de Renata Renata estava de calcinha, Renata falou que iria tirar a calcinha que quando ela pegou a calcinha estava muito molhada Helena sorriu amou vê a calcinha super molhada e colocou a mão nos meio das pernas de Renata e começou a toca-la, Renata estava muito molhada e quando Helena começou a acariciar Renata, a respiração o corpo de Renata estava entregue completamente pra Helena, então Helena enfiou o dedo em Renata e tocando, Renata com suas respiração e alguns gemidos baixos com medo de que alguém notasse o que estava acontecendo com as duas, Helena estava adorando sentir Renata e por está dando muito prazer pra ela quer saber como termina essa história fala aí nos comentários que faço a continuação 

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

A história da Barbara e Eloise

Era para ser um dia normal como qualquer outro para Eloise que estava terminando sua faculdade que está do curso de farmácia só que Eloise trabalhava à noite e largou muito tarde e esse seria o seu primeiro dia de estágio Eloise saiu tarde do trabalho e se atrasou para chegar no estágio ela estava muito preocupada porque o estágio tem a hora para chegar e se chegasse depois daquela hora não entraria e ela tava muito preocupada porque queria terminar a faculdade era seu último período e precisava não ter faltas porque só poderia ter duas faltas caso contrário repetiria o estágio tão preocupada com isso querendo terminar a faculdade ter uma vida muito cansativa de trabalhar e tal e tava pensando muito e ficou muito ansiosa e preocupada. Quando ela chegou no estágio atrasada a porta estava fechada, porém ,Heloíse era uma mulher que nunca deixava as coisas passar ela sempre lutava, ela vendo as portas trancadas ela resolveu tentar conversar sobre a sua vida por motivo de ter chegado atrasada para tentar continuar a fazer o seu curso e não levar uma falta foi aí que quando ela bateu na porta e apareceu dois colegas de turma do estágio e chamou sua fomentadora de estágio Bárbara ela veio toda equipada com máscara, touca, jaleco só dava para vê seus olhos o estágio era em um laboratório. Quando Eloise viu Bárbara ela só conseguia ver sobrancelha e os olhos castanhos dela, as sobrancelhas lindas de Barbara, eloíse estava muito ansiosa nervosa por estar atrasada com medo de levar falta e Bárbara percebeu isso e já foi pegando na mão de Eloisa e dizendo assim: calma calma tenha calma é respire fundo e tenham calma que a gente vai resolver diga aí o que foi que tá acontecendo: então Eloise começou a dizer a ela que tava atrasada porque ele trabalhava à noite e trabalhava longe estágio em que por isso por esse motivo né de ter pego 3 ônibus e tal chegou muito atrasada no estágio estava preocupada porque não queria levar falta ela num lugar mais reservado que era a sala de Barbara e levou ela para colocar a máscara ela touca jaleco deixa ela mais tranquila muito bem a situação que ela também já foi estudante sabe como é  trabalhar e estudar e que ela  se preocupasse porque ela não ia levar falta no dia dela ficou o dia sempre  conversando com Eloise segurava a mão dela com calma  perguntando se ela estava entendo sua explicação se conseguiu acompanhar o estágio ficou sempre dando uma atenção especial pra Eloise. Eloise achou  Que essa atenção toda por ela ter chegado atrasada e por  Bárbara ser  uma pessoa muito atenciosa sabe queria enturmar Eloise e deixar ela mais calma e a vontade. Barbara Começou a olhar muito nos olhos da Eloise, e sempre que chegava perto da Eloise ela passava a mão em seu corpo, ela alisava Eloise, e falava muito o nome de Eloise para dar qualquer exemplo no fim do estágio ela chamou Eloise para  ir até sua sala para Eloise assinar o estágio e não levar falta eloise ficou muito grata por a Barbara ter tido essa paciência com ela e deixado ela assinar e as duas como estavam sozinhas na sala da Bárbara e barbara  disse :você não vai levar falta tá tudo certinho você assinou seu estágio foi garantido hoje e sempre que ocorrer alguma coisa assim você pode falar comigo, que a gente resolve vou lhe dar meu número fique preocupada não que as coisas vão se resolver estamos aqui para lhe para ajudar também eu sei o que sofrer também eu trabalhava eu estudava sei como é a vida de um estudante que trabalhava e estuda é uma jornada dupla e é muito cansativa. Elas sorriram e assim foi o primeiro dia de estágio da Eloise ela saiu do estágio com algo diferente dentro dela ela sentiu até uma felicidade por tudo ter ocorrido bem e ela ficou muito grata por Bárbara ter feito o que fez. No outro dia de estágio quando a Heloísa chegou no estágio a Barbara já foi chamando o seu nome heloise chegou Heloísa chegou e com uma entusiasmo grande deu um abraço 🤗na   em eloíse que  era muito tímida.  Bárbara sempre quando via eloíse ela fazia festa e fazia todo mundo no estádio olhar também para eloise e ficar feliz porque a eloíse  tinha chegado na no estágio toda vez que eloíse chegava Bárbara encontrava algum modo de falar Eloise chegou eloíse chegou, passava a mão  em seu corpo e fazia a festa toda vez era isso eloíse e ficava tímida né mas via que era o jeito de Bárbara tratar ela e Bárbara sempre levava ela para sua sala e mandava ela colocar suas trocar sua roupa lá e deixar suas coisas lá sempre fazia isso porque eloise sempre chegava porque ela chegava  atrasada e eloise já estava tá acostumando com o jeito de Bárbara de dela fazer a festa quando ela chegava e Barbara sempre leva ela para sua sala e deixar ela colocar seu jaleco touca tudo dentro da sua sala e deixar sua bolsa lá escondida porque todo mundo do estágio deixava suas roupas e seus pertences dentro dos seus armários porém a Barbara mandava eloíse sempre deixar as coisas dela dentro da sua sala, se trocar lá eloíse Eloíse e já estava acostumada né porque a Bárbara disse para ela que por ela chegar atrasada e para não ter briga com outros estudantes então a eloíse trocando a de roupa lá na sua sala era algo que muita gente não ia perceber que eloíse tinha chegado atrasada era uma forma de ajudar a Eloísa a fazer o estágio sem levar falta, todos os dias de estágio era essa festa bárbara  assim que eloíse chegava no estágio  a abraçava e as duas já estavam ficando muito próxima porque a Barbara quando ia dar alguma aula ou dar algum exemplo usava a Eloise e ficava segurando em seu ombro quando ia dar alguma aula ficava segurando na suas mãos porque ela se apoiando e passava a mãos no corpo e se a eloíse estivesse em outra sala de estágio que não fosse no dela ela ficava chamando eloíse o tempo todo para ficar junto dela e sempre ficava pedindo para eloíse ficar na sala dela de estágio ela não queria muito que a eloíse ficasse nas salas de outras professoras só com ela. Teve um dia que  Eloise chegou no estagio entrou na sala de bárbara e ela não viu trocou de roupa e entrou na sala de estágio  aí Baraba quando viu a Eloise chegou junto dela e disse Eloise  voce já está aqui e passou as mãos nas mamas de Eloise passou as mãos em seu corpo e abraçou até então a eloísa estava achando até aí  isso tudo normal porque ela era uma pessoa muito prestativa Bárbara e a Bárbara sempre quando ia dar aula é segurava em eloíse E aí quando ia falar alguma coisa perguntava a Eloise se Eloise estava entendendo então assim eloíse achava que era tudo normal que era só a atenção de Bárbara. Teve um dia que no intervalo todos seus colegas foram comer  e eloíse estava conversando com seus colegas e eles estavam falando mal de Bárbara dizendo que Bárbara era uma pessoa muito chata e era muito mandona e a eloíse disse assim:eu não acho isso dela eu acho ela tão legal ela é tão boa aí seus colega disseram você ainda não percebeu ela só é boa com você porque ela é muito chata! seus colegas disseram: Barbara só é boa com você ela gosta quando tu chega ela fica te segurando quando vai explicar as coisas  ela toca em você e vocês ficam de mãos  dadas tu não deu para perceber o que ela tá gostando de você não. E foi aí que a eloíse ficou pensando né porque para eloíse até agora era tudo normal, só achava que Bárbara era uma pessoa prestativa, mas Eloise toda vez que chegava perto de barbara sentia um friozinho na barriga, ela pensava o dia todo em barbara e ela contava as horas do estágio só pra poder ver bárbara, aí ela resolveu mandar um convite no Instagram de barbara pra vê se barbara namorava começou meio que stalkear a Bárbara para saber se Bárbara namorava se Bárbara tem alguém passou a mais interagir um pouco com Bárbara no Instagram WhatsApp e as duas conversaram e começaram até tipo uma amizade porque Eloise tava com medo de dizer alguma coisa para Barbara também era um sentimento muito bom eu não tava entendendo que tava acontecendo. Aí sempre que tem um intervalo a Bárbara chamava a eloíse para tomar um café na cantina e Eloise sempre levava algo pra bárbara até pra agradecer tudo levava chocolate, bolo, torta algo que ela fazia e dizia que lembrou de Barbara porque as duas ficavam mandando vídeos de receitas e memes, só que disso não saía nem Bárbara falava algo sobre o que tava acontecendo e Eloise não falava nada para Barbara do que estava sentindo por que além dela ser sua professora Eloise tinha medo de perder aquilo tudo que tava construindo com barbara aquela amizade aquela sensação boa de frio na barriga  tava quando estavam juntas as conversas as risadas, quando Bárbara iria explicar algo segurava nela, ou quando Bárbara segurava a sua mão. Eloise tava sentindo algo estranho sonhava com Barbara, pensava em barbara o tempo todo ela estava tentando alguma forma de saber como dizer algo para Barbara do que estava sentindo aí resolveu falar no outro dia do estágio ela estava focada em se declarar para Barbara sobre essas coisas que tava sentindo então ela chegou no estágio Bárbara fez aquela festa quando viu Eloise e mandou Eloise ir lá pra sua sala, só que quando a Eloise estava colocando seu jaleco a Barbara entrou na sala e ficou olhando a Eloise calada a Eloise sorriu e perguntou a Barbara se tinha acontecido algo e Bárbara chegou junto dela e disse que o perfume de barbara era muito gostoso e perguntou se poderia chegar mais perto e chegou no seu pescoço cheirou ele forte e Eloise ficou arrepiada na hora, aí Barbara notou e beijou Eloise na boca aquele beijo bem gostoso bem caliente  a Barbara segurou a Eloise e começou a beijar tirou o jaleco dela e foi colocando as mãos em suas mamas e falando baixinho que gostosa e já foi colocando a boca beijando e chupando as mamas da Eloise, Eloise estava com muito tesão foi quando os alunos começaram a chamar Barbara e as duas tiveram que parar, bárbara mandou a Eloise né ajeitar e foi lá da sua aula eloíse estava olhando pra Barbara e querendo muito que ela desse um intervalo pra as duas continuar aí Eloise  pediu a Barbara para ir ao banheiro naquela hora o banheiro era mais tranquilo pois estavam todos ocupados, Eloise. E na mesma hora barbada deixou uma tarefa pra os alunos fazerem e foi atrás de Eloise. Barbara bateu no banheiro as duas se trancaram lá e barbara não esperou muito o tempo era curto e encostou Eloise na parede foi beijando sua boca abrindo sua calça e colocando a mão sentiu a Eloise muito molhada, Bárbara disse eu sabia que você queria isso desde o dia que eu te vi pela primeira vez eu sabia que você era diferente beijou a Eloise com muito tesão e falou no seu ouvido temos pouco tempo por isso aí foi descendo e começou a chupar Eloise, no banheiro Eloíse Gozou e barbara falou depois continuamos e saiu para continuar o estágio, Bárbara continuou dando sua aula aí os colegas perguntaram por Eloise Bárbara disse que ela estava fazendo algo que ela pediu e assim continuou até da o intervalo quando os alunos foram comer Eloise ficou na sala de bárbara esperando e quando Bárbara entrou as duas ficaram se beijando porém aquela adrenalina porque tinha outros professores alguns que poderiam né aparecer bater na porta e as duas estavam com muito desejo muito tesão elas não tavam ligando para o perigo Eloise assim que Barbara entrou já foi beijando ela e beijando seu pescoço e querendo sentir Bárbara elas tinha que ser rápidas Eloise queria muito sentir o gosto de barbara em sua boca que não esperou muito sabia que o intervalo era curto que foi beijando sua boca e abrindo a calça de barbara, e falou para Barbara posso? E Bárbara falou minha buceta é sua faça o que quiser aí Eloise ficou mais molhada ainda e com mais tesão e chupou Bárbara bem gostoso ali mesmo, bárbara colocou as mãos na boca pra não gemer alto de tão gostoso que tava a língua de Eloisa na sua buceta quando Bárbara tava gozando outra professora bateu na porta pra conversar com Bárbara, Eloise continuou até bárbara gozar, Bárbara gozando e falando que já iria atender, Eloise se arrumou assim rapidamente que Bárbara também e Bárbara abriu a porta né para outra professora entrar e antes disso as duas colocaram perto jogaram algum perfume assim na sala e tal e a professora perguntou porque elas estavam demorando muito demoraram para atender e tal aí a Bárbara simplesmente disse que não tava encontrando a chave para poder abrir que tirou a chave mas já tinha colocado na bolsa e não tinha entendido porque ela tinha feito isso e foi conversar e tal e as duas né tava percebendo que as coisas estavam ficando muito arriscada essas aventuras que ela tava fazendo né porque elas estava morrendo de desejo o tempo todo querendo estar junto e querendo se tocar o tempo todo aquela paixão e sempre que tava dentro do estágio tava acontecendo isso só tava parado segurava na mão dela dava para trocar para ela para passar para ela no corpo dela e o tempo todo e acontecendo algo desse tipo e as duas não estavam mais se aguentando toda vez que tinha um intervalo as duas ficavam se pegando no banheiros, na sala, no laboratório elas gostavam daquela adrenalina de qualquer momento aparecer alguém isso dava um fogo a mais, Eloíse começou a ficar esperando bárbara terminar o estágio para fazer amor lá depois que todos fossem embora, mas ali era o local de trabalho de bárbara e as pessoas já estavam percebendo que as duas estavam muito coladas porque só encontrava as duas no banheiro nas salas e isso estava dando o que falar. SÓ que até o momento era só rumores as duas sempre estava fazendo aquela rapidinhas com adrenalina queria saber de qualquer hora poderia chegar alguma pessoa isso tava aqui um relacionamento dela, até que um dia Eloise ficou esperando o estágio terminar para conversar com Bárbara porque estava com medo de Barbara ser demitida que era melhor as duas começar a ter algo em um motel ou na casa uma da outra que adrenalina era muito bom, mas que tinha que começar a se conter afinal de contas ali era o trabalho de bárbara só que quando Eloise ajudou a organizar as coisas que fechou as salas e foi pra sala de Barbara e  viu Barbara cabelos loiros liso soltos aquela blusa azul com um decote enorme e lindo, Bárbara para Eloise era a mulher mais linda do seu mundo seu corpo era perfeito e Eloise só sentia seu coração batendo forte e aquele frio no estômago ela chegou perto de bárbara e lhe abraçou a beijou com beijo tão quente e gostoso como fosse comer a fruta mais doce e gostosa que já existia, suas mãos passavam em cada curva do corpo de bárbara e a cada toque o arrepio que dava em seu corpo eloise foi desenhando o corpo de bárbara com suas mãos e beijando cada parte dele beijava seu pescoço lambia e escutava a respiração ofegante e o coração de bárbara e ela sussurrando de prazer beijava e dava umas mordidinhas em suas costas virava Bárbara e lambia o bico de suas mamas e. Chupava as mamas dela e sua língua quente Bárbara sentia Eloisa foi beijando sua barriga e descendo abrindo sua calça e a tirando peça por peça da roupa de Barbara beijou suas pernas e as abriu e começou a passar a língua no meio de suas pernas, Bárbara já estava completamente muito molhada e quando a língua de Eloisa chegou na sua buceta ela não aguentava de tanto tesão ela gemia gostoso 

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